A geleia de morango é moleza de preparar (e ficou deliciosa com torrada integral no meu lanche da tarde)

Já ouvi muita gente falar que as frutas de antigamente eram uma coisa do outro mundo: “Tinham gosto! Hoje são uma coisa aguada, que parece isopor!”. Ok, talvez isso se aplique a algumas espécies, mas, no caso dos morangos, tenho a impressão de que os da minha infância eram bem mais insossos, branquelos e azedos do que os que eu encontro hoje. Pelo menos quando faço compras na feira de produtos orgânicos no Parque da Água Branca, em São Paulo. Ultimamente vários expositores vendem bandejas da fruta, uma mais vermelhinha e bonita que a outra. Para quem mora na cidade, a feira, que acontece nas manhãs de terça, sábado e domingo (e nas noites de terça, em uma versão mais caída), valeria uma visita só por esse produto – mas eu recomendo fuçar também as barracas de castanhas, iogurtes e outras frutas, verduras e legumes, além de tomar o café da manhã servido sob as árvores.

Voltando aos morangos. Os da feirinhas são tão bons que viraram quase sinônimo de fruta para o meu filho que está aprendendo a falar. “Quer fruta?”, eu pergunto. “Rango!”, ele responde. Eu, pelo que me lembro, quando criança só comia morango adoçado com açúcar, leite condensado, chantilly… Ele come puro, batido com leite, no iogurte. E se alegra só de ver um desenho da frutinha em uma embalagem.

Os morangos de hoje são melhores que os de antigamente (pelo menos na minha memória)

Diante de tanta empolgação, às vezes os pais também se empolgam e compram mais morangos do que nossa pequena draga dá conta. E esse era o caso hoje. Ótima oportunidade para preparar a geleia de frutas do caderno de receitas da minha mãe. Só que, genérica que só, a receita explicava pouco: “Aproveitar caroço, casca e a 1ª água (da 1ª fervura). Três partes de líquido, uma parte de açúcar”. Por telefone, minha mãe disse que as instruções eram só uma referência, e a preparação variava a cada fruta. A de morango, por sorte, era moleza – o único incidente, ou acidente, aconteceu na esterilização do pote de vidro, quando eu espirrei um pouco de água fervente na minha barriga…

Fazendo conforme minha mãe me explicou e eu detalhei abaixo, a geleia ficou uma delícia. Tenho a impressão de que, a partir de hoje, será mais raro eu comprar a versão industrial (sim, estou me achando).

Geleia de morango

2 caixas de morango
1 xícara de água
açúcar a gosto (eu usei duas colheres de sopa, e tinha morangos bem maduros. A geleia ficou bem azedinha, do jeito que eu gosto)

Coloquei em uma panela os morangos sem o talo (e cortados em dois ou quatro pedaços, dependendo do tamanho da fruta), uma xícara de água e o açúcar. Deixei em fogo baixo, mexendo de vez em quando para não grudar, até os morangos desmancharem e a geleia formar pingos grossos ao cair de uma colher (isso levou cerca de uma hora). Durante o cozimento, fui acrescentando um pouco mais de água (no total, mais uma xícara).
Se quiser que a geleia dure mais, guarde-a imediatamente em um pote de vidro esterilizado em água fervente.

8 Comments on Geleia de morango – nunca pensei que fosse tão fácil

  1. Mariana, as geleias de todas as frutas ficam ainda melhores e “engrossam” mais rápido, se você acrescentar o suco de 1/2 ou 1 limão, dependendo da quantidade de fruta que usar, devido a pectina, principalmente encontrada no limão rosa ou caipira. Abraço da sua muito antiga vizinha da vila Gisela

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