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Pico de gallo, um vinagrete mexicano

Pico de gallo de pimenta habanero: é bom, mas arde
Pico de gallo de pimenta habanero: é bom, mas arde

Ontem a noite foi apimentada. Preparei pela primeira vez o pico de gallo, uma espécie vinagrete mexicano. E vou dizer: ficou picante de um tanto que eu precisei interromper o jantar duas vezes, primeiro para pegar água, depois para comer um pouco de pão (integral, que era o que eu tinha). Feita essa ressalva, digo sem medo que estava saborosíssimo. Pelo menos até o ponto que eu aguentei comer (ótimo, não exagerei no jantar…).

O molho caiu muito bem com a fraldinha grelhada por meu marido. Mas tenho a impressão de que a refeição seria melhor, ainda que menos saudável, se, em vez de cenoura grelhada, o acompanhamento tivesse sido uma tortilha de trigo. A versão industrializada, Rap 10, poderia resolver a questão, mas encontrei uma receita caseira no blog Panela de Barros (a testar). Em São Paulo, muitos restaurantes apelam para as tortilhas da cozinheira Jerusa Nunes – os discos de massa feitos por ela foram servidos na aula de Salsas y Chiles (molhos e pimentas) em que aprendi a fazer o tal pico de gallo.

Segundo a professora do curso, a mexicana Lourdes Hernández, o pico de gallo é desses pratos que cada casa prepara de um jeito – ou de vários. Na cozinha-laboratório do restaurante Mocotó, Lourdes, de partida para o México depois de anos no Brasil, improvisou várias versões deste e de outros molhos com as pimentas que ela tinha estocadas (algumas congeladas desde 2006!).

Eu fiz a preparação básica – sem manga, figo-da-índia, batata-doce ou outros opcionais – e parti logo para o infernal chile habanero, produzido pela Jatobá Orgânico (aliás, só usei ingredientes orgânicos). Se você curte uma ardência, eu recomendo. Se não, comece com chiles mais amenos, como o jalapeño.

O chile habanero e seus amigos
O chile habanero e seus amigos

Ingredientes
3 tomates pequenos
1 cebola (a recomendação de Lourdes é usar mais tomate que cebola)
1 punhado de coentro
1 chile habanero
1 limão
Azeite
Sal

Piquei o tomate, a cebola e o coentro.
Com uma pinça, coloquei o habanero em uma grelha bem quente até ele murchar um pouco e ficar chamuscado por fora (segundo Lourdes, isso ameniza a picância e acentua o sabor). Só o vapor que sai dessa etapa já faz o olho arder um pouco.
Usando luvas, cortei a pimenta na metade, descartei as sementes (mais um procedimento para diminuir o ardor) e piquei bem, mas não a ponto de formar uma pasta (outra dica anti-incêndio). Lavei as luvas – é sério, cuidado com a habanero.
Em uma tigela, coloquei os ingredientes picados, espremi o suco de um limão, despejei um pouco de azeite, temperei com sal e misturei tudo. Provei uma colherada e… Ai! Ficou ótimo!

Para cozinhar mais:

Hoje a cozinha vai pegar fogo

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Pimenta habanero: bonitinha e nada inocente

O jantar de casa vai ter pico de gallo, um tipo de vinagrete mexicano que eu aprendi a fazer em uma aula da “cocinera atrevida” Lourdes Hernández. Para deixar as coisas bem quentes, usei a ardida pimenta habanero que você vê na foto (só uma, não todas as seis, porque não sou louca).

A receita completa eu vou publicar amanhã, mas hoje já adianto uma dica de Lourdes: “Para picar menos, pique mais”. Ou seja, deixe a pimenta em pedaços pequenos se quiser amenizar um pouco sua ardência. Agora, se você picar tanto até formar uma massa, aí, meu caro, o negócio queima ainda mais. Questão de gosto. Ou de coragem.