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12 motivos para trocar o restaurante pela comida caseira

É daquelas tendências que a gente sente na pele e aí vem uma notícia para confirmar: segundo o Ibope Conecta, que faz pesquisas online, 67% dos internautas brasileiros vêm evitando comer fora e 49% têm recebido parentes e amigos em casa em vez de sair. O levantamento ouviu 2.000 pessoas das classes A, B, C e D, de todas as regiões do Brasil, no mês de julho.

Não sei como anda o seu bolso, mas aqui em casa a preocupação com o orçamento está entre as razões para adotar um estilo de vida, digamos, mais frugal. Mas não é a única. Existem muitas vantagens em ocupar a cozinha doméstica – listo algumas abaixo.

1. Poupar.
Não tem como fugir desse tópico. A situação econômica do país (leia: pindaíba geral) leva cada vez mais gente a apertar o cinto. Segundo a pesquisa do Ibope, além de comer menos fora, 68% dos internautas estão experimentando alimentos de marcas mais baratas – embora 65% estejam dispostos a pagar mais por qualidade superior.

Não vamos parar de comer por causa da crise, mas vamos gastar menos com isso. Seja optando por serviços em conta, seja preparando nossa própria comida.

Vemos grandes redes investindo na abertura de restaurantes populares e vemos pequenos empreendedores lutando para segurar os preços. “Não coloco biscoitinho junto com o café porque aumentaria meu custo, e eu já tenho uma margem baixa por usar um grão de qualidade”, foi a resposta da dona de um café que frequento a uma cliente que sugeriu a inclusão do biscoitinho.

Para mim, faz mesmo mais sentido cortar o biscoitinho do que diminuir a qualidade do café. Ou tomar um bom café em casa e fazer meu próprio biscoitinho (receita aqui). Pago R$ 6 por uma xícara nesse café perto de casa; na minha casa, a xícara sai por 40 centavos (compro um grão moído da mesma marca por R$ 78,90; na minha cafeteira, isso rende uns 10 litros de café, ou 200 cafezinhos de 50 ml). Mas, claro, não estou levando em conta o custo que já tive com a cafeteria, a conta de energia elétrica, o prazer de dar uma saída e ficar em um ambiente gostoso… O que me leva ao segundo item.

2. Deixar dinheiro para restaurantes que valem a pena.
Comer fora é um prazer e, no meu caso, também uma obrigação profissional. Não quero nem posso abrir mão desse programa, mas cada vez mais escolho com cuidado os lugares que frequento.

Em tempos de vacas magras, quem entrega menos do que cobra não passará.

3. Comer comida mais gostosa.
Caso você não queira ou não possa investir em um restaurante bacana todo dia, melhor preparar sua própria comida fresca do que desperdiçar dinheiro e estômago com refeições mais ou menos.

Dá trabalho? Não vou dizer que não. Mas dá para facilitar as coisas. Para evitar confusão na cozinha, pense em pratos que usem pouca panela (sopas, carnes assadas junto com vegetais, saladas substanciosas, omeletes com um monte de coisa…). E parta das sobras para pensar na comida do dia seguinte: o frango assado de um dia ganha um refogado com tomate e vira o recheio da panqueca do outro dia; a beterraba cozida se transforma em salada com ovo; a salada de beterraba com ovo entra no recheio do sanduíche…

4. Comer comida mais saudável.
Quando cozinha, é você quem decide quanto sal, quanto açúcar, quanta gordura entram na sua comida. Tem, enfim, mais consciência e controle sobre a alimentação e pode tomar decisões melhores para a sua saúde. Se não tomar, é por sua conta e risco.

5. Votar com seu garfo.
O ato de cozinhar não aumenta só o controle sobre a dieta. Ao comprar alimentos, estamos também fazendo escolhas políticas: pelo plantio com ou sem agrotóxicos, pelo uso de transgênicos ou não, pelo produtos da região ou os trazidos de longe… “Quando você cozinha, tem influência na agricultura”, diz o jornalista Michael Pollan, autor de vários livros sobre alimentação e que faz uma defesa do retorno aos fogões no livro Cozinhar: uma história natural de transformação. “Você vota, com seu garfo, pelo local ou pelo global, e toma decisões sobre energia e água.”

6. Aprender sobre o mundo.
Nas horas vagas, tem gente que vê TV, tem gente que cola no Facebook, tem gente que preenche revistas para colorir, tem gente que lê, tem gente que cozinha. No último caso, os resultados são saborosos. E podem ser instrutivos. Voltemos a Pollan:

“Aprendo tanto sobre a natureza ao manusear animais e plantas: aprendo sobre transformações, sobre química, física, biologia. E também cultura, porque você está trabalhando com tradições. É um dos jeitos mais intelectualmente absorventes de passar o tempo.”

7. Montar seu próprio cardápio.
Quem vai levar suas preferências mais a sério do que você mesmo?

“Posso trocar a batata por macarrão?” Pode.

“Dá para fazer o o frango ao curry sem cebola?” É pra já. (A foto que abre este post é do frango ao curry – receita aqui).

8. Aproveitar o melhor cômodo da casa
No inverno, então, com o forno aquecendo o ambiente, quem quer ficar em outro lugar?

9. Deixar as crianças livres
Já falei que sou a favor de levar os filhos para comer fora (e dei dicas para escolher o restaurante). Mas a verdade é que essas saídas sempre envolvem uma certa dose de tensão. Quando o programa é em casa, meu filho fica mais livre para brincar e eu fico mais livre para relaxar.

10. Diminuir os deslocamentos pela cidade
Se você já pega trânsito para trabalhar, a opção de aproveitar os momentos de lazer no aconchego do lar soa especialmente tentadora.

11. Ignorar a lei seca.
Não precisa pegar ônibus, Uber, táxi. Nem pensar em blitz do bafômetro. E, se der vontade, pode beber com tranquilidade, porque você não terá que dirigir depois. (Se você for um convidado, pegue ônibus, Uber, táxi; e seja o anfitrião da próxima vez.)

12. Salvar as receitas de família
Esse é um dos principais motes desse blog, afinal.

Ótimo passear, conhecer lugares e sabores novos, mas sem esquecer nossas tradições. E não existe maneira melhor de preservar nossas histórias culinárias do que cozinhá-las.

Para cozinhar mais:

Mariana Weber

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Mariana Weber
Tags: IbopeMichael Pollanrestaurante

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