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Garbanzo com mandioca: um cozido imigrante

Garbanzo
Descobri recentemente que um parente que eu não conhecia escreveu histórias que eu também não conhecia sobre o ramo espanhol da minha família. Em mais de 400 páginas, Emilio Hoffmann Gomes Junior conta a trajetória de meu trisavô Emilio Batista Gomes, que chegou ao Rio de Janeiro em 1890, aos 17 anos, acompanhado de um irmão de 18 (havia no grupo também uma irmã mais velha e um cunhado, mas este morreu de febre amarela poucos dias após o desembarque e a viúva logo pegou um navio de volta para a Espanha). Emilio e o irmão, Antônio, ficaram no Brasil.

Meu trisavô teve 10 filhos e 37 netos —  entre estes últimos, minha avó Viquinha, dona dos cadernos de que testo as receitas. Na casa de madeira onde nasceu em Irati (Paraná), ela consumia azeite, azeitonas e vinho importados pelo avô. De geração em geração, as heranças espanholas à mesa se diluíram como o vinho misturado com água que as crianças da família antigamente bebiam em dias de festa.

Emilio Batista Gomes com a mulher, Etelvina, e filhos. A segunda criança da esquerda para a direita é minha bisavó Esther
O imigrante espanhol Emilio Batista Gomes com a mulher, Etelvina, e filhos. A primeira criança da esquerda para a direita é minha bisavó Esther (reprodução do livro Veja, Vica)

Minha avó Viquinha é a primeira moça da esquerda nesta foto das bodas de ouro de Emilio Batista Gomes e Etelvina Andrade Gomes (reprodução do livro Veja, Vica)
Minha avó Viquinha é a segunda moça da esquerda nesta foto das bodas de ouro de Emilio Batista Gomes e Etelvina Andrade Gomes, de 1948 (reprodução de Veja, Vica)

Almoço sob pereiras na casa de Emilio e Etelvina em Irati
Almoço sob pereiras na casa de Emilio e Etelvina em Irati (reprodução de Veja, Vica)

A receita abaixo, tirada do livro (e creditada a Dinorah Gomes Marzagão, sobrinha-neta de Emilio Batista Gomes), conta um pouco dessa história transatlântica. Ao tradicional cozido espanhol de grão-de-bico (garbanzo), junta-se a brasileira mandioca, que o deixa ainda mais cremoso. 

Fiz algumas mudanças nos embutidos, tentando usar produtos ibéricos (portugueses, porque foi o que encontrei), e no preparo (cozinhei as carnes junto com o grão-de-bico em vez de separadamente). Ficou um prato substancioso e reconfortante, para comer em várias refeições sem cansar (até porque não dá para fazer em pequena quantidade).

Teste número 66: garbanzo
Fonte – Receita de Dinorah Gomes Marzagão no livro Veja, Vica, de Emilio Hoffmann Gomes Junior
Grau de dificuldade – Médio (um fácil demorado).
Resultado – Quente, saboroso, reconfortante (mas eu poderia ter cozinhado menos o grão-de-bico).

Ingredientes
2 xícaras de grão-de-bico
300 gramas de costela suína defumada
200 gramas de chouriço português
240 gramas de paio português
1 peito de frango sem pele nem osso
2 batatas
250 gramas de mandioca em pedaços
4 dentes de alho amassados ou picadinhos
1 cebola
2 colheres (sopa) de azeite

Modo de preparo
Deixe o grão-de-bico de molho por uma noite. No dia seguinte, escorra a água e espalhe os grãos sobre um pano limpo. Dobre o pano e massageie os grãos delicadamente até que as cascas se soltem.

Retire as peles dos embutidos e pique todas as carnes em pedaços regulares. Corte também as batatas e a mandioca.

Em uma panela grande, refogue o alho e a cebola no azeite. Junte o grão-de-bico, a costela e um litro de água. Espere amolecer um pouco, depois junte as batatas, a mandioca, o chouriço, o paio e, por último, o frango.

Regue com azeite ao servir. Acompanha arroz branco ou um bom pão.

Garbanzo com arroz

Para cozinhar mais:

Semana da sopa em casa

Patricia Abbondanza, da parceira Dedo de Moça, compartilha três receitas quentinhas

Chega o frio e a primeira coisa que eu penso é em cozinhar comidas quentes e tomar com um vinhozinho. Existem várias técnicas para fazer uma boa sopa, mas uma coisa é fato: um bom caldo caseiro é essencial. Eu costumo fazer sempre com caldos claros (aqueles mais leves, em que os ingredientes entram todos crus na panela) e dependendo do sabor da sopa eu uso o de carne, frango ou legumes. Essa semana fiz um festival da sopa lá em casa e vou contar um pouco como preparei cada uma.

Segunda: sopa de abóbora com gorgonzola
Sopa de abóbora com gorgonzola (Dedo de Moça)
Cortei a abóbora cabotian em cubos grandes e coloquei em uma assadeira com alho amassado, alecrim fresco, azeite, sal e pimenta (não me perguntem as quantidades porque faço tudo no olhômetro). Levei para assar no forno a 200 graus até a abóbora ficar bem macia. Depois, com ela ainda quente, coloquei no liquidificador para bater com caldo de carne (vou colocando e batendo aos poucos, até ficar na consistência que eu gosto). Voltei para a panela, acrescentei um pouco de creme de leite fresco (bem pouco mesmo, só para dar mais cremosidade) e acertei o sal. Servi com queijo gorgonzola. Yumy!

Terça: sopa de mandioquinha
Sopa de mandioquinha (Dedo de Moça)Em uma panela refoguei cebola com alho (bem pouco), juntei a mandioquinha, cobri com caldo de frango e deixei cozinhar até ficar bem macia. Bati no liquidificador, voltei pra panela e coloquei um pouco de creme de leite fresco, vinho branco e queijo parmesão ralado. Acertei o sal e tá na mesa!

Quarta: falso caldo verde
Caldo verde (Dedo de Moça)
Em uma panela cozinhei a batata no caldo de carne até ficar bem macia. Quando a batata chegou no ponto, juntei um pouco de couve (só pra assustar) e bati no liquidificador. Na mesma panela refoguei bacon e cebola bem picada e coloquei o creme. Deixei cozinhar para pegar o gosto e finalizei com um pouco de couve picada.

Quinta: dia de pedir uma pizza, hehehe.

 

Leia também:
A Itália encontra Portugal na sopa de capelete de dona Ana Bertoni

Sopa de pedra (e carne com legumes)

Canja sustança: para se sentir bem cuidado

Bombom de mamão verde glaçado e outras delícias da Dona Doceira

Os rolinhos de fita de mamão saíram do pote de compota para se exibir no prato (foto: Fotos: Lucas Terribili / Divulgação)
Os rolinhos de fita de mamão saíram do pote de compota para se exibir no prato

A Dona Doceira, marca goiana que já mantinha atelier em São Paulo, abriu recentemente um café para vender suas criações, antes vistas em casamentos e outros eventos. Flores de coco coloridas, limõezinhos recheados de doce de leite, rosas de suspiros e outras doçuras ocupam um balcão de farmácia dos anos 1950 na loja instalada em uma vila no Itaim Bibi e decorada com objetos de família da proprietária, Adriana Lira. Vem da fazenda da família dela também parte dos ingredientes, como as frutas de produção orgânica.

Nas paredes, quadros com versos lembram que a inspiração ali são os doces de raiz de Goiás Velho, celebrizados pela poeta e doceira Cora Coralina. Para chegar às receitas, Adriana Lira recorreu às memórias de infância, recheadas de avós, bisavós e tias-avós quituteiras, e bateu na porta de cozinheiras goianas — muitas delas ajudaram, até certo ponto. “O pulo do gato não foi passado”, conta. “Tive que perder muita flor de coco até aprender.” (Um desses truques — cozinhar o mamão verde até perder o esbranquiçado —, Adriana passa na receita abaixo.)

Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.” – Cora Coralina

Na versão de Adriana, os doces perdem parte do açúcar e ganham delicadeza: os rolinhos de fita de mamão verde, por exemplo, saíram dos potes de compotas para se exibir sobre pratos; as flores de coco, montadas uma a uma em um processo que leva cerca de meia hora, aparecem com novos sabores, como lavanda, goiaba e maracujá (e corantes naturais em vez da anilina que hoje tinge mesmo os doces das senhoras de Goiás Velho).

À tarde, a Dona Doceira serve café goiano, tostado na lenha e coado. Entre os acompanhamentos, biscoito de queijo e erva-doce, peta (biscoito de polvilho), bolo de araruta e empadão “importado” de Goiás, apresentado em cumbucas de barro e, segundo Adriana, feito como deve ser, com guariroba, frango em cubos — nunca desfiado —, pedaços de porco, linguiça, ovo, tomate em pedaços (não em molho) e banha na massa.

Sobre um carrinho de chá que foi da mãe de Adriana, o licor de murici, cortesia, ajuda a se sentir em casa. E foi bem essa a ideia da doceira ao montar o lugar com “uma elegância escondidinha, simples”, que, para ela, é típica do goiano. “Eu quis passar como é ser recebido em uma casinha de Goiás”, diz.

Café goiano na Dona Doceira
Aceita um café goiano?

Bombom de mamão verde glaçado

Ingredientes
1 mamão verde pequeno
1 litro de água
300 gramas de açúcar
Cravo e anis
Para glaçar:
250 mililitros de água
150 gramas de açúcar

Preparo
Lave o mamão e parta ao meio em sentido longitudinal. Tire as sementes e faça fitas usando cepilho ou descascador. Com as fitas, faça rolinhos e junte-os com agulha e linha, formando um cordão. Deixe os cordões de molho por dois dias, trocando a água pelo menos 3 vezes por dia. Faça a calda em ponto de fio com a água, o açúcar e as especiarias e cozinhe os cordões por 30 minutos ou até a fita do mamão perder a cor branca opaca e ficar transparente. O docinho estará pronto para compota.

Se quiser glaçar, para servir individualmente, coloque os 250 mililitros de água e os 150 gramas de açúcar no fogo, por mais ou menos 20 minutos até atingir 106 ºC. Não mexa em nenhum momento. Se sujar as bordas da panela com respingos, vá limpando com um pano. Terminado o processo, banhe os rolinhos de mamão, já sem o cordão. Coloque para secar em local fresco por 2 horas. Depois de pronto, coloque em tapetinhos transparentes e logo após em forminhas.

 

Um bolo e as delicadas flores de coco da Dona Doceira
Um bolo e as delicadas flores de coco da Dona Doceira

Adriana Lira, a Dona Doceira
Adriana Lira, a Dona Doceira

Serviço:
Dona Doceira – Rua Tabapuã, 838 (dentro da vila), Itaim Bibi. Telefones 
(011) 2157-6114 / 99227-7361 ou (062) 9252-4447.

Fotos: Lucas Terribili / Divulgação

Para cozinhar mais:

A Itália encontra Portugal na sopa de capelete da dona Ana Bertoni

Marcos e a mãe

Por Marcos Nogueira*

Este relato faz parte de uma série de depoimentos sobre as delícias e as histórias da cozinha materna

Meus pais foram econômicos em demasia no cartório. Deram-me apenas um nome e um sobrenome — em oposição à onda barroca que, no longínquo ano de 1970, fez surgir uma profusão de nomes extravagantes como Renato José ou Rodrigo Sérgio. Meu nome passa a falsa impressão de que sou um português puro, daqueles que usam um lápis atrás da orelha. O sobrenome que falta na minha certidão de nascimento é o Bertoni da minha mãe, dona Ana, hoje com 84 anos.

Como muitos brasileiros, cresci numa casa ítalo-portuguesa ou, se preferir, luso-italiana. Mas a coisa era um pouquinho mais complicada. Minha mãe, neta de italianos, nasceu da mistura da gente germânica do Vêneto com os oriundi da mouraria apuliana — algo que, na península recém unificada, teria sido bem ousado. Mas aqui eram todos estrangeiros. Ou seja, eram todos brasileiros. E assim ela, a professorinha carcamana, se casou com o engenheiro luso-caipira, criado em Lençóis Paulista.

A comida de casa, como a comida de muitos lares paulistanos, refletia essa mescla. A macarronada de domingo vinha com farofa de farinha de rosca (mandioca ou milho seria pedir demais). A feijoada era uma das especialidades da dona Ana, assim como a bacalhoada e a pizza de massa fininha e molho cheio de alho.

Dona Ana fazia os cappelletti in brodo, patrimônio gastronômico do norte da Itália, à moda de uma canja portuguesa. Ou, por abordagem reversa, fazia uma canja em que o arroz era trocado por massa recheada”

A sopa de capelete da minha mãe, entretanto, é a receita que melhor traduz a mestiçagem latina da minha casa. Dona Ana fazia os cappelletti in brodo, patrimônio gastronômico do norte da Itália, à moda de uma canja portuguesa. Ou, por abordagem reversa, fazia uma canja em que o arroz era trocado por massa recheada.

Foi assim que eu conheci essa sopa: um caldo claro de frango com pedaços de cenoura, cebola, batata e tomate, mais lascas do próprio galináceo, e capelete. Era assim que eu achava que ela deveria ser, até ficar adulto e besta e começar a questionar a sacrossanta cozinha materna — sou, afinal, apenas metade italiano.

Em sua origem, os cappelletti in brodo eram feitos a partir de um caldo limpo (sem sólidos e coado) de carne, geralmente galo capado — o cappone, nem tente procurar. Acrescentava-se massa recheada com carne (frango, porco, boi ou qualquer combinação das três), queijo e miolo de pão e servia-se quente com parmesão ralado ao lado.

Sopa de capelete

Nunca pedi a receita para a minha mãe, apenas a observei na cozinha, então vou fugir de quantidades exatas. Sempre que começava a esfriar, ela cozia um peito de frango com osso em uma panela com bastante água, louro, cebola e alho grosseiramente picados, depois reservava a carne. Ao caldo, ela juntava batata, cenoura e tomate em pedaços grandes. Quando tudo estava macio, jogava os capeletes, daí servia a sopa com parmesão, azeite e o peito de frango desfiado à parte. Eu nunca fui muito de peito de frango cozido, então deixava-o quieto em seu canto. Já o resto, eu traçava três, quatro pratos seguidos.

Como sou besta (já disse isso?), reproduzo a fórmula da dona Ana com algumas alterações. Na verdade, não se trata de ser besta: a dinâmica da minha cozinha é diferente. Eu não gosto de frango cozido (já disse isso?) e faço caldos com ossos que sobram de outras refeições, para usar em sopas, risotos e molhos. Na sopa da foto, os ossos são de costela bovina e (acho) porco. Mas talvez parte deles seja de queixada — o saco estava sem etiqueta no congelador.

Você pode fazer com caldo de carne, de frango ou de legumes. Só não use caldo industrial — tem muito sal e um gosto terrível de coisas artificiais. Se você tiver paciência, sugiro que prepare um assado uns dias antes e depois cozinhe os ossos. Uma vantagem de usar ossos é não precisar retirar a gordura depois. Tá, você não vai fazer isso. Então proponho o seguinte: compre umas asinhas de frango, que são baratas e saborosas. Você pode assá-las junto com os legumes (eu prefiro assim) ou pular esta etapa. Aí vem a receita do brodo propriamente dito.

Coloque os legumes — uma cenoura, uma cebola e um ou dois talos de salsão — numa panela de pressão com os ossos ou a carne e o tempero de sua preferência. Ligue o fogo alto e, depois que subir o pino da panela, baixe a chama e deixe cozinhar por uma hora. Quando já não estiver tão quente, remova os sólidos (eu não coo o caldo) e, se precisar, a gordura — é preciso deixar na geladeira até o óleo que boia endurecer… Eu avisei que era chato.

Em outra panela, refogue uma cebola e dois dentes de alho em azeite. Acrescente o caldo e, em seguida, uma batata, uma cenoura e um tomate em cubos. Crus, por favor — aqueles que foram cozidos no caldo perderam sabor e textura. Ponha também algumas ervas, como louro e tomilho, sal e pimenta preta. Quando tudo estiver nos trinques, jogue a massa, que merece um parágrafo à parte.

Para a sopa da foto, eu comprei tortellini de frango do pastifício Di Cunto, da Mooca. Não porque sejam os melhores, mas porque eram os que a minha mãe cozinhava para mim. A rigor, o ideal é você fazer os cappelletti em casa — tarefa que apenas os santos abnegados têm disposição de encarar. Confie em seu paladar e compre a melhor massa recheada, de carne ou de queijo, que você conhece.

Sirva com bastante parmesão. Parmesão bom. Dos nacionais, o Randon e o Gran Mestri dão para o gasto.

Por fim, uma última curiosidade. Para escrever este texto, eu pesquisei as origens da canja. Wikipédia, nada de mais. Fiquei sabendo que ela vem da China, onde existe um mingau de arroz chamado juk, e chegou a Portugal quando os primeiros navegadores voltaram da Índia — onde mercadores malaios serviam a sopa com o nome de kanji.

Toda essa embromação para dizer que a sopa da minha mãe é um prato ítalo- sino-malaio-indo-português. Aproveitem e bom dia das mães a todas as leitoras!

* Marcos Nogueira é jornalista, sommelier de cerveja e marido da autora deste blog.

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Kobe beef com molho de gengibre e drink com wasabi: receitas de um menu japonês

Meu jantar de sábado passado foi um banquete japonês de nove pratos (sem contar o sorvete de erva-cidreira para limpar o paladar no meio da refeição) e nove bebidas combinando com eles. Era o ensaio geral de um evento que acontece no próximo sábado (18/10), organizado pelo restaurante Ozushi e por Tânia Nogueira, jornalista, sommelière, blogueira do Ponto Cru e minha cunhada.

Tirei muitas fotos lembrar de tudo o que eu tinha comido e bebido (19 itens!). Mas de algumas partes do jantar eu não ia mesmo esquecer:

  • o ceviche servido com shochu sour (versão japonesa de uma dupla tipicamente peruana);
  • o coquetel Ásia, de saquê, maracujá e wasabi, que acompanhou sushis e sashimis (e causou polêmica, já que wasabi está longe de ser unanimidade);
  • o kobe beef, com um molho de gengibre de lamber o prato, harmonizado com um bom vinho rosé Provence One;
  • o surpreendente macaron de chocolate branco com wasabi (mais uma vez, o wasabi causou polêmica).

Um dos sócios do restaurante, Renato Oshima, contou que o molho do bife é tradicional no Japão. Seus avós, que imigraram para o Brasil, costumavam prepará-lo em diversos pratos, como churrasco de porco e frango refogado (nesses dois casos, acrescentavam um pouco de açúcar). Pedi a receita, claro. Ela está logo abaixo, assim como a do refrescante coquetel de wasabi (se não gostar do ingrediente, você pode fazer um drink só com saquê e maracujá, mas vai perder a graça).

Kobe maçaricado com gengibre*
O molho de gengibre e alho do kobe beef ficaria gostoso até com chuchu, comentou uma colega de mesa

Ingredientes

  • Kobe beef*
  • Gengibre
  • Alho
  • Shoyu
  • Cebolinha

Modo de preparo

Para o molho, misture gengibre ralado (retirando as fibras), alho amassado ou ralado e um pouco de shoyu. Reserve.

Fatie o bife em pedaços de 2,5 cm por 9 cm, com espessura de 3 mm, observando o sentido das fibras da carne e cortando transversalmente a elas.

Use um maçarico culinário para chamuscar a carne e deixá-la no ponto de sua preferência (eu, que não tenho um maçarico, vou grelhar o bife no fogão mesmo).

Com um pincel, passe o molho sobre as fatias de carne. Salpique com cebolinha picada.

*Um corte do boi da raça japonesa wagyu, o bife kobe é conhecido por ter bastante gordura entremeada na carne (e também pelo preço alto).

Renato Oshima diz que o kobe, macio e saboroso, é importante nessa receita e que, se for para substituí-lo, melhor usar outro corte de wagyu. Ao mesmo tempo, Renato contou que seus avós usavam o molho em diferentes preparações – ao prová-lo, uma colega de mesa comentou: “Fica bom até com chuchu!”. Então eu sugiro fazer esse prato mesmo se você não tiver kobe ou outro corte de wagyu. Não vai ser a mesma coisa, mas vai ser gostoso.

Coquetel Ásia
Coquetel de maracujá, saquê e wasabi

Ingredientes

  • Um maracujá
  • Uma colher de sopa de açúcar
  • 1/2 colher de sopa de wasabi (ou wasabi na medida do seu gosto)
  • 1 dose de saquê
  • Gelo a gosto

Modo de preparo

Misture o maracujá, o açúcar e o wasabi em uma coqueteleira e amasse com um socador. Junte o gelo. Bata bem na coqueteleira e sirva em seguida

Serviço

Menu Harmonizado Ozushi
Quando: sábado (18/10), às 20h.
Onde: Restaurante Ozuchi, na rua dos Pinheiros, 729, São Paulo.
Reservas: R$ 180, até 17/10, pelo telefone (11) 3477-0800.

Menu completo:

  1. Hitotsuki tonkatsu (milanesa de porco) com molho karê
    Cerveja Limburgse Witte – Bélgica
  2. Sushi e sashimi
    Coquetel Ásia, de maracujá, wasabi e saquê
  3. Ceviche
    Shochu sour
  4. Tempurá de camarão e legumes
    Saquê Hakushika – Japão
  5. Carpaccio de salmão curado no missô com raspa de limão
    Vinho Fernando de Castilla Jerez Fino – Espanha
  6. Carpaccio de polvo
    Vinho Chardonnay J. Bouchon Reserva – Chile
  7. Bife kobe maçaricado
    Vinho Rosé – Provence One – Les Maitres Vignerons – França
  8. Tepan de filet mignon com shimeji
    Vinho Tinto Anka Pargua Reserva – Chile
  9. Macaron de wasabi
    Vinho Madeira H.M. Borges Doce – Portugal

Ceviche com temperinho japonês e shochu sour, versão nipônica do pisco sour peruano
Ceviche com temperinho japonês e shochu sour, versão nipônica do pisco sour peruano

O menu terminou bem com o macaron de chocolate branco e wasabi
Macaron de wasabi