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Ceviche de pinha da chef Renata Vanzetto

Em vez de peixe, pinha: entrada espetaculosa do restaurante Ema

A grande inspiração da cozinha do Ema é a infância da Renata Vanzetto em Ilhabela – foi lá, aliás, que ela começou a carreira, aos 13 anos, no restaurante da mãe. Mas o novo menu da casa paulistana nasceu em uma temporada da chef na Bahia: 15 dias de rede, água de coco, peixe fresco e livros de gastronomia. Os pratos são leves e surpreendentes, com muita fruta e muitos frutos do mar. Como na receita abaixo, em que gomos de pinha substituem os pedaços de peixe do ceviche.

Ingredientes
50 g de aparas de peixe branco
3 limões
1 pimenta dedo-de-moça picadinha
2 colheres de sopa de coentro picado
Sal
2 colheres de sopa de leite de coco
1 colher de café de gengibre picado
2 pinhas ou frutas-do-conde
1/2 cebola roxa
Chips de batata-doce

Modo de preparo
Deixe o peixe marinando no suco do limão por uma hora. Escorra esse suco e guarde. Descartar o peixe.

Junte no suco de limão a pimenta, o coentro, o sal, o leite de coco e o gengibre. Mexa e prove. Abra a pinha e coloque a polpa dela no caldo de limão temperado.

Ao servir, finalize com cebola roxa cortada em meia-lua fininha e chips de batata-doce (para fazer o chips, corte a batata-doce em lâminas bem finas no descascador de legumes e frite em óleo bem quente até dourar).

Sopa gelada de cajá-manga

 Um sobremesa de fruta refrescante, delicada e linda
Sopa de cajá-manga com chips de abacaxi, sorbet de maracujá e suspiros: uma sobremesa refrescante, delicada e linda (foto: divulgação)

Nos últimos tempos publiquei por aqui várias receitas para encarar os dias de calor. Insisto no tema. Até porque esta sopa de cajá-manga é daquelas sobremesas para as quais vale a pena reservar um pedaço da fome. Azedinha e refrescante, ela faz parte do menu especial de verão que o restaurante Cantaloup serve até sábado (31 de janeiro). Vem acompanhada de sorbet de maracujá, chips de abacaxi (gostoso e lindo) e merengue de laranja de uma delicadeza só.

Brenda Freitas, que comanda a confeitaria do restaurante, passou ao Caderno de Receitas o passo-a-passo da sopa, do chips e do merengue, mas aconselhou comprar o sorbet, pela dificuldade de fazê-lo sem uma máquina de sorvetes. Meu conselho: se estiver sem tempo ou paciência, prepare só a sopa, que já vai ser uma delícia.

Ingredientes da sopa
200 gramas de polpa de cajá-manga
½ xícara de açúcar refinado
5 colheres de chá de suco de laranja

Modo de preparo da sopa
Bata tudo no liquidificador e sirva bem gelado.

Ingredientes dos suspiros
100 gramas de claras de ovos (ou claras de três ovos grandes)
200 gramas de açúcar refinado
80 mililitros de água
Raspas de duas laranjas

Modo de preparo dos suspiros
Faça uma calda com o açúcar e a água. Quando começar a ferver e engrossar um pouco, bata a calda com a clara até ficar em ponto de neve. Jogue as raspas de laranja e mexa.
Com ajuda de um saco de confeitar, aplique a mistura em um silpat (tapete de silicone que vai ao forno) ou em uma assadeira coberta de papel-manteiga.
Asse os suspiros em forno bem  baixo (100 graus) por aproximadamente duas horas, até ficarem seco por fora e úmidos por dentro.

Ingredientes dos chips
¼ de abacaxi
Acúcar de confeiteiro para polvilhar

Modo de preparo dos chips
Fatie a fruta em fatias bem fininhas. Deixe secar em folhas de papel por aproximadamente duas horas.
Disponha as fatias cuidadosamente em um tapete de silicone ou em uma assadeira coberta de papel-manteiga e cubra-as com açúcar de confeiteiro peneirado.
Asse em forno baixo (100ºC) por duas horas. Deixe esfriar então guarde em um pote hermeticamente fechado.

Montagem
Na hora de servir, coloque um chips de abacaxi, dois suspiros e uma bola de sorbet sobre a sopa. Se quiser, decore também com flores e brotos.

Banana em calda (eu só queria um docinho)

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Terminei o almoço com vontade de comer sobremesa, mas a opção disponível no restaurante (picolé) definitivamente não era o que eu queria. Horas mais tarde, quando a fissura ainda me acompanhava, decidi vasculhar o caderno de receitas da minha mãe. Lá estava a solução: doce de fruta em calda, que eu faria aproveitando umas bananas bem maduras, perto de passar do ponto. Simplíssimo. Mas consegui me enrolar.

Já fiz doce de banana outras vezes. Na panela e no forno. Com e sem açúcar. Cozido em água ou acrescentando só um tiquinho de líquido para soltar o caramelado que gruda no fundo do recipiente. Sempre fica bom, mas geralmente não é belo.

Desta vez, a ideia era seguir as instruções da receita, e ela indicavam que eu deveria “dar uma fervura na fruta primeiro”. Cortei as bananas em rodelas, joguei em água fria suficiente para cobri-las e deixei ferver. No meio do caminho, pensei: jogo fora a água?

Liguei para a minha mãe, e ela: “Ah, banana eu não teria fervido. Isso é pra outras frutas mais durinhas, como goiaba. Com banana eu só faria uma calda e jogaria as rodelas nela. Se você jogar fora a água, vai perder o gosto.”

Legal, mas as minhas nove bananas pratas já estavam na água. Resolvi deixar lá, mexendo pouco, até a água evaporar. À parte, fiz uma calda com ¼ de xícara de açúcar e um pouco da água do cozimento da banana. Só no final, juntei a banana e deixei evaporar um pouco mais.

Ruim não ficou. Mas ficou pior que outros doces de banana que já fiz. As bananas ganharam uma consistência molenga, farinhenta. Para comer de colherada, não me convenceu. Mais tarde, vou tentar servir como calda de sorvete. E da próxima vez vou seguir as instruções dadas por telefone pela minha mãe. Aí conto aqui como ficou.

Para cozinhar mais:

Geleia de morango – nunca pensei que fosse tão fácil

A geleia de morango é moleza de preparar (e ficou deliciosa com torrada integral no meu lanche da tarde)

Já ouvi muita gente falar que as frutas de antigamente eram uma coisa do outro mundo: “Tinham gosto! Hoje são uma coisa aguada, que parece isopor!”. Ok, talvez isso se aplique a algumas espécies, mas, no caso dos morangos, tenho a impressão de que os da minha infância eram bem mais insossos, branquelos e azedos do que os que eu encontro hoje. Pelo menos quando faço compras na feira de produtos orgânicos no Parque da Água Branca, em São Paulo. Ultimamente vários expositores vendem bandejas da fruta, uma mais vermelhinha e bonita que a outra. Para quem mora na cidade, a feira, que acontece nas manhãs de terça, sábado e domingo (e nas noites de terça, em uma versão mais caída), valeria uma visita só por esse produto – mas eu recomendo fuçar também as barracas de castanhas, iogurtes e outras frutas, verduras e legumes, além de tomar o café da manhã servido sob as árvores.

Voltando aos morangos. Os da feirinhas são tão bons que viraram quase sinônimo de fruta para o meu filho que está aprendendo a falar. “Quer fruta?”, eu pergunto. “Rango!”, ele responde. Eu, pelo que me lembro, quando criança só comia morango adoçado com açúcar, leite condensado, chantilly… Ele come puro, batido com leite, no iogurte. E se alegra só de ver um desenho da frutinha em uma embalagem.

Os morangos de hoje são melhores que os de antigamente (pelo menos na minha memória)

Diante de tanta empolgação, às vezes os pais também se empolgam e compram mais morangos do que nossa pequena draga dá conta. E esse era o caso hoje. Ótima oportunidade para preparar a geleia de frutas do caderno de receitas da minha mãe. Só que, genérica que só, a receita explicava pouco: “Aproveitar caroço, casca e a 1ª água (da 1ª fervura). Três partes de líquido, uma parte de açúcar”. Por telefone, minha mãe disse que as instruções eram só uma referência, e a preparação variava a cada fruta. A de morango, por sorte, era moleza – o único incidente, ou acidente, aconteceu na esterilização do pote de vidro, quando eu espirrei um pouco de água fervente na minha barriga…

Fazendo conforme minha mãe me explicou e eu detalhei abaixo, a geleia ficou uma delícia. Tenho a impressão de que, a partir de hoje, será mais raro eu comprar a versão industrial (sim, estou me achando).

Geleia de morango

2 caixas de morango
1 xícara de água
açúcar a gosto (eu usei duas colheres de sopa, e tinha morangos bem maduros. A geleia ficou bem azedinha, do jeito que eu gosto)

Coloquei em uma panela os morangos sem o talo (e cortados em dois ou quatro pedaços, dependendo do tamanho da fruta), uma xícara de água e o açúcar. Deixei em fogo baixo, mexendo de vez em quando para não grudar, até os morangos desmancharem e a geleia formar pingos grossos ao cair de uma colher (isso levou cerca de uma hora). Durante o cozimento, fui acrescentando um pouco mais de água (no total, mais uma xícara).
Se quiser que a geleia dure mais, guarde-a imediatamente em um pote de vidro esterilizado em água fervente.