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Moqueca de pititinga – no tabuleiro da baiana tinha

moqueca de índio

No tabuleiro da baiana de Salvador, não tem mais. A moqueca de índio, ou de folha, é um dos pratos pesquisados pela chef Leila Carreiro para o Dona Mariquita, restaurante soteropolitano que resgata comidas de rua de diferentes regiões da Bahia. Segundo ela, o tira-gosto de pititingas (manjubinhas) assadas em folha de bananeira sobre fogareiro, antes comum na capital, sobrevive no Recôncavo, onde ganha o nome de moquequinha. Você pode prepará-lo em casa seguindo a receita enviada pela chef.

Ingredientes
400 gramas de pititingas (manjubinhas)
3 dentes de alho
Sal
Coentro
2 pimentas malaguetas
Limão
Azeite de oliva
1/2 folha de bananeira assada
Para acompanhar
Discos de tapioca torrada

Modo de preparo
Lave a pititinga em água corrente e, depois, tempere com alho, sal, coentro, pimenta malagueta e um pouco do suco do limão.

Deixe 3 minutos marinando com um fio de azeite de oliva.

Faça um pacote com a folha de bananeira e coloque as pititingas temperadas para assar.

Coloque também os disquinhos de tapioca torradas no forno até ficarem mais crocantes.

Abra o pacote para tirar o calor e sirva com os discos de tapioca torrada.


Para cozinhar mais:

Risoto de pancetta, cebola roxa, pistache e redução de vinho do novo La Risotteria di Eataly

Risoto de pancetta, cebola roxa, pistache e redução de vinho do La Risotteria di Eataly (foto: Camila Bianchi / divulgação)
O mercado de tentações gastronômicas Eataly São Paulo acaba de inaugurar mais um restaurante, o La Risotteria. No primeiro mês de funcionamento, além de dez risotos criados pelo chef executivo José Barattino, a casa serve pratos desenvolvidos por chefs convidados. A receita abaixo é de Giampiero Giuliani, do Due Cuochi e do Rive Gauche.

Ingredientes
2 cebolas roxas
Azeite de oliva
1 garrafa de vinho Chianti
200 gramas de pancetta
½ cebola picada
400 gramas de arroz carnaroli
1 xícara de vinho branco seco
1,5 litro de caldo de legumes ou de carne
10 mililitros de azeite extravirgem

150 gramas de queijo Grana Padano ralado
Sal
Pimenta-do-reino
150 gramas de pistache assado
50 gramas de Parmigiano-Reggiano

Modo de preparo
Em uma panela pequena com tampa, refogue em fogo baixo, com um fio de azeite de oliva, a cebola roxa cortada em tiras não muito finas. Reserve.

Em uma segunda panela, reduza o vinho Chianti até ele ficar com 70% do volume. Deixe esfriar.

Em uma panela larga e baixa em fogo alto, coloque azeite e em seguida a pancetta cortada em tiras. Depois de cinco minutos, mude para fogo baixo, junte a cebola picada e refogue por mais cinco minutos. Adicione o arroz e toste por três minutos. Levante o fogo e ponha o vinho branco, deixando que evapore. Em fogo médio, acrescente o caldo até cobrir o arroz e mexa. Quando secar, coloque mais caldo até chegar ao ponto desejado (“al dente”). Desligue o fogo e coloque azeite extra-virgem e o queijo Grana Padana ralado, mexendo com mais caldo até ficar cremoso. Finalize com sal e pimenta-do-reino.

Monte o risoto em um prato raso, acrescentando o pistache quebrado, um fio da redução de vinho, o Parmigiano-Reggiano ralado na hora e a cebola roxa.

Bolinho de feijoada do Aconchego Carioca e coxinha de frango com catupiry do Frangó

Bolinho de feijoada do e coxinha de frango com catupiry

Dois dos mais famosos petiscos de São Paulo mudam de casa nesta semana. É que, para comemorar seus aniversários, os bares Frangó (28 anos) e Aconchego Carioca (3 anos da filial paulistana) promovem um intercâmbio de receitas e rótulos próprios de cerveja. Até domingo (16 de agosto), o Frangó serve os bolinhos de feijoada e a cerveja Electra Bamberg do Aconchego, e o Aconchego oferece a coxinha e cerveja Colorado do Frangó. Boa desculpa para publicar aqui as receitas destas delícias.

Coxinha

Receita da família de Cássio Piccolo, do Frangó

Ingredientes
Massa
300 g de farinha de trigo
15 g de caldo de galinha em cubo
300 ml de água
30 ml de óleo

Recheio
200 g de frango cozido e desfiado
Catupiry a gosto
Sal a gosto
Salsinha a gosto

Finalização
Farinha de rosca para empanar
Óleo para fritar

Modo de fazer
Aqueça a água com o óleo e o caldo de galinha, em fogo baixo, por 5 minutos.
Adicione a farinha de trigo e mexa até formar uma massa homogênea. Reserve.
Tempere o frango desfiado com sal e salsinha e misture com o Catupiry.
Pegue um pouco da massa, abra na palma da mão e ponha uma porção de recheio no centro.
Modele as coxinhas, empane na farinha de rosca e frite em óleo quente.

Bolinho de feijoada

Receita de Kátia Barbosa, do Aconchego Carioca

Ingredientes
2 litros de água
½ kg de feijão preto
100 g de carne-seca dessalgada cortada em cubinhos
100 g de lombo defumado cortado em cubinhos
100 g de costelinha dessalgada ou defumada
1 linguiça calabresa em cubos
1 paio cortado em cubos
3 folhas de louro
2 colheres de sopa de azeite
3 dentes de alho
200 g de farinha de mandioca fina, sem torrar
1 colher de sopa de polvilho azedo
2 maços de couve cortada fininha
250 g de bacon em cubinhos para refogar a couve
2 dentes de alho para refogar a couve
Azeite quanto baste
Farinha de rosca para empanar
Óleo para fritar quanto baste
Gomos de laranja, torresmo e batida de limão para acompanhar

Modo de preparo
Em uma panela de pressão, coloque 2 litros de água, o feijão, as carnes e as folhas de louro. Cozinhe por aproximadamente uma hora (marque o tempo após o início da pressão).
Em um liquidificador, bata o feijão cozido com o caldo de carnes.
Em uma panela grande, aqueça o azeite, doure o alho e refogue o feijão batido. Verifique o sal. Acrescente aos poucos a farinha de mandioca sem parar de mexer até engrossar e soltar da panela. Retire do forno e deixe esfriar. Adicione o polvilho e misture até ficar uma massa homogênea. Reserve.
Em uma frigideira coloque o bacon com o alho, junte a couve e refogue por 2 minutos.
Abra pequenas porções de massa na mão. Coloque uma colher de chá de couve refogada, faça bolinhos e achate. Passe na farinha para empanar e frite em óleo quente.
Em uma travessa, coloque os bolinhos acompanhados de gomos de laranja, torresmo e uma batidinha de limão.

Para cozinhar mais:

Sopa de capelete da nonna da chef Lais Duo

Caldo com capelete: receita italiana para fazer e comer em boa companhia (foto: Rogério Voltan)
Caldo com capelete: para fazer e comer em boa companhia (foto: Rogério Voltan)

Há alguns meses, entrevistei a chef Lais Duo e fiquei sabendo que o caldo com capelete da avó italiana dela era um acontecimento. Toda a família se reunia em uma linha de produção para fazer o prato no Natal. Duas semanas atrás, tive a oportunidade de provar a receita, que Lais atualmente prepara no restaurante Via Emilia, em um menu de sopas italianas para as noites de inverno. A seguir, compartilho o passo-a-passo.

Rendimento: 6 porções

Ingredientes para o caldo e o recheio
500 g de patinho
500 g de frango
250 g de salame italiano
250 g de bacon
3 ovos
Sal e pimenta-do-reino
Queijo parmesão

Ingredientes da massa
250 g de farinha de trigo
250 g de farinha grano duro
5 ovos
1 pitada de sal
1 fio de azeite

Modo de preparo
Cubra as carnes com água e deixe na panela de pressão por 40 minutos. Coe e reserve o caldo.  Passe as carnes no processador. Depois, em um recipiente, misture-as com os 3 ovos, sal, pimenta e queijo parmesão para dar liga.

Para a massa, misture os ingredientes e sove até obter uma massa lisa. Deixe-a descansar.

Abra a massa em uma máquina de macarrão (ou com um rolo) e corte pequenos quadrados. Coloque um pouco de recheio e feche (conforme a ilustração abaixo, que peguei do livro Fundamentos da Cozinha Italiana Clássica, de Marcella Hazan. Também encontrei boas dicas no blog Panelaterapia).

Instruções de como dobrar capelete do livro Fundamentos da Cozinha Italiana Clássica

Antes de cozinhar a massa, prolongue o cozimento do caldo até que ele fique a seu gosto (não precisa ser superforte).  Depois, cozinhe a massa no caldo por cerca de 5 minutos.

Via Emilia Piadineria: rua dos Pinheiros, 537, Pinheiros, São Paulo – SP.

Saudade do coentro

Caldo de peixe com espuma de coentro e socol (embutido feito na serra do Espírito Santo)
Caldo de peixe com espuma de coentro e socol (embutido feito na serra do Espírito Santo)

Uma das boas lembranças da minha adolescência no Espírito Santo é a da moqueca capixaba fumegante que devorávamos depois de passar horas na praia alimentando a fome. Recém-chegada de São Paulo, minha família inicialmente torcia o nariz para a floresta de coentro que cobria as panelas de barro, mas logo se acostumou (até porque não tinha opção) e passou a apreciar a vegetação local.

Hoje, estou de volta a São Paulo. O coentro, que agora adoro, tempera as imagens dos fins de semana quando meus pais e os três filhos se aboletavam no carro para explorar a terra para onde nos transferimos. Parte da minha família continua lá. Para matar a saudade da comida, fui ao lançamento do Menu Capixaba no restaurante Brasil a Gosto, em São Paulo (atualização: o restaurante se transformou no Instituto Brasil a Gosto e abre só para eventos).

Compartilho abaixo duas receitas da chef Ana Luiza Trajano com inspiração na culinária do Espírito Santo. Para matar a saudade dos pais e da irmã (e dos pratos feitos do jeito tradicional, bem mais “coentrados”), já estou com as passagens compradas.

Caldo de peixe com espuma de coentro e crocante de socol

Ingredientes
10 g de alho
10 ml de óleo de urucum
450  ml de caldo de peixe
Sal a gosto
6 g de pimenta dedo-de-moça
20 g de coentro
10 ml de caldo de legumes
20 g de socol (um embutido preparado na serra do Espírito Santo; se não estiver no Espírito Santo e não achar o produto, sugiro usar presunto cru)

Modo de preparo
Em uma panela, doure o alho no óleo de urucum e coloque o caldo de peixe deixando-o reduzir 1/3 e ficar cremoso. Tempere com pouco sal e adicione a pimenta dedo-de-moça. Sirva quente com a espuma de coentro e o crocante de socol.

Para fazer a espuma de coentro, coloque em uma tigela o caldo de legumes frio e o coentro e bata com um mixer até incorporar os dois. Coloque a mistura em um sifão e reserve. No momento de servir, agite o sifão e coloque a espuma por cima do caldo de peixe.

Para o crocante de socol, corte o socol em fatias bem finas, espalhe em uma assadeira e leve ao forno a 160º C por 6 minutos, virando no meio do tempo. Quebre em pedaços bem pequenos e sirva dentro e por cima do caldo de peixe.

Moqueca capixaba

Na versão da chef Ana Luiza Trajano para a moqueca capixaba, o pirão vem na mesma panela que o peixe
Na versão da chef Ana Luiza Trajano, a moqueca leva coentro e cebolinha

Ingredientes
720 g de filé de abadejo
60 ml de azeite
20 g de sal temperado
40 ml de óleo de urucum
20 g de alho batido
1,5 l de caldo de peixe
80 g de cebola cortada em tirinhas
80 g de tomate cortado em tirinhas
30 g de cebolinha verde picada
30 g de coentro picado
2 pimentas dedo-de-moça
2 bananas-da-terra
Sal a gosto

Para o pirão
25 ml de óleo de urucum
15 g de alho
40 g de cebola picada
300 g de aparas de peixe
100 ml de caldo de peixe
60 g de farinha de mandioca
Sal a gosto

Modo de preparo
Tempere o peixe de véspera com o azeite e o sal temperado. Reserve.

Em uma panela, doure o alho em óleo de urucum e adicione o caldo de peixe, deixando-o reduzir 1/3. Em uma panela de barro, faça uma cama com metade da cebola e do tomate, coloque os filés de peixe por cima, cubra com o restante do tomate e da cebola, o coentro e a cebolinha picados. Adicione o caldo de peixe reduzido e deixe em fogo médio até que o peixe cozinhe. Coloque as bananas da terra cortadas em anéis transversais, acerte os temperos e sirva com o pirão de peixe.

Para o pirão, em uma panela média, doure o alho e a cebola no óleo de urucum. Adicione as aparas e o caldo de peixe, mexendo com um fouet para que os pedaços de peixe se quebrem. Quando cozidos, adicione a farinha de mandioca sem parar de mexer até que a farinha cozinhe e o pirão fique uniforme. Acerte o sal e sirva com a moqueca.