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Pãezinhos para segunda-feira (ou para o dia que você quiser)

pãozinho para segunda-feira (O Caderno de Receitas)

Já faz algum tempo que namoro esta receita anotada no caderno da minha mãe como “Pãezinhos para segunda-feira”. Mas sempre me lembrava dela em outro dia da semana, e prepará-la em uma terça-feira ou sábado não faria muito sentido. Seria como comemorar festa junina em maio ou preparar nhoque da sorte no dia 24.

Segunda-feira passada, finalmente pensei na receita no dia certo, e nem precisei ir ao mercado, pois já tinha tudo o que precisava, inclusive a banha de porco, comprada para outro prato. Misturei os ingredientes, moldei a massa, coloquei em um tabuleiro para assar e logo tinha pãezinhos fumegantes, perfeitos para comer com manteiga. Tudo tão rápido e fácil que me fez repensar essa história de esperar uma segunda-feira para prepará-los: vale a pena fazê-los qualquer dia (ou hora) em que se tem pouco tempo para cozinhar e muita vontade de comer algo gostoso.

Teste número 39
Receita – Pãezinhos para segunda-feira.
Fonte –
Caderno de receitas da minha mãe.
Grau de dificuldade – Fácil.
Resultado – Bom para uma segunda-feira, uma terça-feira, uma quarta-feira, um sábado, um domingo…

Ingredientes
500 gramas de farinha de trigo (ou o quanto bastar)
1 colher (sopa) de manteiga
1 colher (sopa) de banha
1 colher (sopa) de fermento químico
1 copo de leite
1 colher (café) de sal
1 ovo + 1 gema
Óleo ou manteiga para untar

Modo de preparo
Misturei todos os ingredientes, exceto a gema extra. Como a massa estava um pouco mole demais, acrescentei um pouco mais de farinha até conseguir moldar pãezinhos.

Coloquei os pãozinhos em um tabuleiro untado com óleo. Para dar um brilho, espalhei a gema na parte de cima deles (com uma colher mesmo, porque não tinha pincel culinário).

Assei os pães no forno pré-aquecido a 180ºC até ficarem levemente dourados.

Rendimento: cerca de 8 pães pequenos.

Curau rapidinho com fubá e leite de coco caseiro

Curau de fubá: sobremesa junina de última hora

Último dia do mês e eu ainda não tinha feito nenhum prato junino (só tinha comido: milho verde e um ótimo bolo de milho úmido e pedaçudo). Resolvi então testar uma receita de curau à base de fubá, que parecia fácil e rápida, na medida para esta manhã de terça-feira.

De fato, consegui prepará-la a tempo a sobremesa do almoço. E olha que ainda fiz um leite de coco caseiro a partir de coco ralado desidratado. Se você também quer preparar um último quitute junino, ainda dá tempo.

Teste número 38
Receita – Curau.

Fonte – Caderno de receitas da minha mãe.
Grau de dificuldade – Moleza.
Resultado – Gostoso. Não é a mesma coisa que o curau feito milho verde ralado, mas funciona.

Ingredientes
100 gramas de coco ralado fresco ou desidratado (cuidado para não comprar a versão adoçada!) ou ½ xícara de leite de coco industrializado
1 xícara de leite
½ xícara de fubá
¼ de xícara de açúcar
1 colher (sopa) de manteiga
Canela para polvilhar

Modo de preparo
Bati no liquidificador o coco ralado desidratado e água quente suficiente para cobri-lo. Espremi a mistura em uma peneira metálica fina para obter o leite. (Se for usar o leite de coco pronto, pode pular os passos deste parágrafo.)

Coloquei em uma panela o leite de coco, o leite de vaca, o fubá e o açúcar. Mexendo sempre para não empelotar, esquentei a mistura até ferver. Acrescentei a manteiga, misturei e desliguei o fogo.

Despejei o curau em duas tigelas pequenas e alisei a superfície com uma espátula. Salpiquei com canela.

Levei uma tigela à geladeira e outra ao congelador, para acelerar o processo. Em menos de duas horas, a do congelador estava gelada, pronta para ser servida (então comi um pouco e deixei o resto na geladeira).


Para cozinhar mais:

Gelatina com laranja de verdade: um jeito diferente de servir suco

ingredientes para gelatina de laranjaGeralmente eu acho gelatina uma coisa meio besta. A última opção de doce no bandejão da firma, aquela que você só pega no dia em que o abacaxi está amarrando a boca. Mas meu filho de dois anos discorda. Experimentou a sobremesa na escola e pediu para comer também em casa. Então lá fui eu buscar uma opção mais saborosa e saudável do que os pós adoçados, coloridos e aromatizados artificialmente vendidos em caixinha. Encontrei então esta receita de gelatina de laranja, que é muito, muito simples.

Se optasse por um pó sabor fruta, teria dado ao meu filho os seguintes ingredientes: açúcar, gelatina, sal, vitaminas A, C e E, reguladores de acidez citrato de sódio e ácido fumárico, aromatizante, edulcorantes artificiais aspartame, ciclamato de sódio, acessulfame de potássio e sacarina sódica e corantes artificiais tartrazina e amarelo crepúsculo FCF (composição de uma gelatina de abacaxi de um grande fabricante).

Em vez disso, dei ao meu filho laranjas-peras orgânicas, gelatina e um pouco de água. Nem açúcar coloquei, porque ele é fã dos alimentos ácidos e o suco estava ótimo mesmo sem adoçar. É verdade, tive que espremer laranjas, mas acho que valeu a pena. Até eu gostei. Servi a gelatina no jantar e no dia seguinte, no café da manhã. Sem culpa. Porque é basicamente um jeito diferente de apresentar um suco de fruta.

Teste número 37
Receita – Gelatina de laranja.
Fonte –
Caderno de receitas da minha mãe.
Grau de dificuldade – fácil, fácil.
Resultado – Gostoso. Uma sobremesa leve, ou parte de um lanche.

Ingredientes
5 folhas de gelatina sem sabor
5 laranjas
½ xícara de água
Açúcar a gosto (eu não coloquei nada, mas a receita pedia, e acho que a maior parte das pessoas vai preferir adoçar um pouco)

Modo de preparo
Piquei a gelatina e misturei com 5 colheres de sopa de água.

Espremi as laranjas.

Juntei o restante da água à gelatina e levei em uma panela ao fogo baixo até dissolver, sem deixar ferver. Tirei do fogo e juntei o suco de laranja.

Passei o líquido por uma peneira e em seguida o distribuí em quatro pequenas formas de silicone. Deixei na geladeira por seis horas.

Na hora de desenformar, passei com cuidado uma faca nas laterais das formas, então as virei sobre pratinhos e apertei um pouco para soltar os doces.

Bacalhau para a semana toda

Bacalhau espiritual: esse prato português é divino e rende um bocado
Bacalhau espiritual: esse prato português é divino e rende um bocado

Casa com pouca gente tem dessas coisas. Você pega uma receita, divide pela metade e mesmo assim faz mais do que precisava. Quando a comida é do tipo que perde muito quando requentada, dá uma pena danada. Outras, dá uma felicidade, porque isso significa repetir aquela refeição gostosa uma vez, duas vezes, três vezes…

Foi, ou melhor, tem sido assim com o bacalhau espiritual que preparei na sexta à noite. Já alegrou três refeições, acompanhado de batatas assadas, espinafre refogado e tomate. Agora vai para o congelador até ser requisitado novamente – certamente será.

Tirei a receita do caderno da minha mãe, e, segundo ela, minha avó também costumava fazê-la. No livro “As Minhas Receitas de Bacalhau”, o chef português Vítor Sobral conta que o bacalhau espiritual, inspirado no prato francês brandade de morue, surgiu em 1947, no Cozinha Velha, restaurante de luxo instalado no Palácio Nacional de Queluz

A preparação não tem muito erro, só dá um certo trabalho cortar fininho as cenouras e desfiar o bacalhau. Para facilitar, você pode ralar a cenoura ou usar um processador. Outra opção é encarar a tarefa como terapia relaxante. Não tem um monte de gente pagando para esquecer da vida enquanto pinta livros de colorir?

Teste número 35
Receita:
bacalhau espiritual.
Fonte: caderno de receitas da minha mãe.
Grau de dificuldade: médio (mas você pode usar atalhos, como um processador, para ficar fácil).
Resultado:
 gostoso, gordo e reconfortante.

Bacalhau espiritual

Ingredientes*
750 gramas de cebola
750 gramas de cenoura
350 gramas de miolo de pão de forma
250 ml de leite
1 quilo de bacalhau (comprei o já dessalgado, congelado)
200 ml de azeite
Sal
Pimenta-do-reino
Noz-moscada
250 ml de creme de leite
100 gramas de queijo parmesão ralado (ou outro queijo duro. Eu tinha um português)
*Usei metade de tudo

Modo de preparo
Fatiei a cebola em rodelas finas e cortei as cenouras em tiras. Embebi o miolo de pão no leite. Cozinhei o bacalhau, já descongelado, por 10 minutos em água fervente. Depois, esperei esfriar um pouco e o desfiei, aproveitando para tirar os espinhos.

Dourei a cebola no azeite até deixá-la transparente. Acrescentei a cenoura e refoguei um pouco mais, depois juntei o miolo de pão (com o leite). Mexi bem. Adicionei o bacalhau e os temperos (sal, pimenta e noz-moscada) e mexi mais.

Coloquei essa massa em um pirex, junto com creme de leite, e misturei. Deixei no forno médio até o creme ferver, alguns minutos depois. Então retirei, joguei por cima o queijo ralado e coloquei de volta no forno por mais dez minutos para gratinar (usei a santa função grill, que facilita o trabalho de dourar, mas minha mãe cozinhava sem esse recurso e também ficava bom).

O primeiro bolo

bolo de chocolate com cobertura de chocolate

Foi uma lambança, mas valeu cada gota de massa espirrada na parede. De pé sobre um pufe (pobre pufe coberto de chocolate!), meu filho de dois anos pela primeira vez foi meu auxiliar na preparação de um bolo. Ficou uma delícia, mas a melhor parte foi ver a alegria dele ao me ajudar, acompanhar a transformação quase mágica dos ingredientes e, na manhã seguinte, acordar o pai aniversariante para cantar parabéns.

Escolhi essa receita pela simplicidade, pelo chocolate (para o meu marido, não existe sentido em um bolo que não seja de chocolate) e pela nostalgia. Esse era um bolo comum na minha infância, então chamado de nega maluca. O nome já não pega bem, mas a receita fez jus às minhas lembranças — só substituí o achocolatado dos ingredientes por cacau orgânico. E a cobertura? Tão fácil, tão rápida, tão lambuzada, tão gostosa!

Teste número 34
Receita:
bolo de chocolate com cobertura de chocolate
Fonte: caderno de receitas da minha mãe
Resultado: chocolate! Chocolate! (muito bom, embora eu tenha cortado uma parte do fundo da assadeira que ficou meio queimadinha. Preciso me acostumar à assadeira de silicone)

Bolo de chocolate

Ingredientes
1 xícara de óleo
2 xícaras de açúcar
3 ovos
1 xícara de cacau em pó
2 xícaras de farinha de trigo
1 colher (sopa) de fermento em pó
1 xícara de água fervente

Modo de preparo
Com um batedor manual, misturei o óleo, os ovos e o açúcar. Em seguida, juntei o cacau, a farinha e o fermento e bati também. Por último, adicionei a água fervente e misturei aos demais ingredientes.

Assei o bolo em forno a 180º C em uma forma de silicone untada com óleo (o manual de instruções da forma recomendava untar no primeiro uso). Só desenformei quando o bolo já estava frio.

Cobertura de chocolate

Ingredientes
5 colheres de sopa  de leite
1 colher de sopa de manteiga
1 xícara de açúcar
½ xícara de cacau

Modo de preparo
Mexi tudo em fogo baixo até formar um creme. Com uma espátula, cobri o bolo com essa mistura ainda quente.

Meu pequeno cozinheiro em ação
Para cozinhar mais: