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8 razões para conhecer o Eataly SP (e 3 para passar longe de lá)

Na manhã desta terça-feira, uma multidão de jornalistas — eu entre eles — se espalhou pelos três pisos do Eataly São Paulo, uma espécie de disneylândia culinária com inauguração prevista para 19 de maio. Basicamente, era um monte de gente disputando, até que de modo civilizado, uma fatia de presunto cru e uma brecha na vitrine para filmar a produção ao vivo de mozzarella.

Segundo o chef celebridade americano Mario Batali, sócio do empreendimento, quem entra no Eataly se sente um pouco como uma Cinderela chegando à festa do príncipe. Exageros à parte, é dificil não se deslumbrar um tanto diante dos 7 mil produtos (italianos e de fornecedores locais) dispostos em departamentos como rotisseria, padaria e açougue, além de servidos em sete restaurantes.

A seguir, listo alguns motivos que me dão vontade de voltar ao Eataly quando ele de fato abrir ao público:


1. A focaccia ao pomodoro.

Eu poderia falar da padaria inteira, tocada por padeiros italianos, mas só esse item — macio, cheio de molho — já é uma razão bastante boa para ir ao Eataly.


2. A arte da mozzarella ao vivo.

O restaurante chinês Rong He, na Liberdade, ficou conhecido pela vitrine da “Apresentação de Arte de Macarrão ao Vivo”, na qual um cozinheiro, usando só as mãos, estica e puxa pedaços de massa até eles se transformarem em longos fios de macarrão. O setor La Mozzarella do Eataly também tem um showzinho: ali se faz o queijo fresco na frente dos clientes (veja o vídeo no Instagram). Não é tão espetacular quanto a performance chinesa, mas abre o apetite para experimentar a mozzarella, vendida ali e usada nos restaurantes do mercado.


3. A pizza Rossopomodoro na hora do almoço.

“Bravo!”, clamou a chef Lidia Bastianich, sócia do Eataly, quando meus dedos resgataram da tábua o queijo que escorregou da minha fatia de pizza. Eu não abriria mão do único naco de mozzarella que me cabia daquela delícia de estilo napolitano, com massa alta e fofa, molho farto de tomate San Marzano e queijo minimalista (pelo menos para padrões paulistanos).
Parceria com a rede italiana Rossopomodoro, a pizzaria contraria os costumes de São Paulo e funciona também no almoço.


4. As panelas de barro capixabas ao lado das Le Creuset.

Dá samba a mistura de produtos locais com os importados. A origem de deles está explicada em plaquetas sobre as prateleiras.


5. Os peixes de belos olhos.
No dia da visita, a peixaria reunia peixes mais bonitos do que os que costumo encontrar em supermercados de São Paulo. Resta esperar que não tenha sido algo só para jornalista ver.

6. O arancino, bolinho de risoto de linguiça recheado com queijo.
Bolinho de arroz é bom. Bolinho de risoto é melhor. Bolinho de risoto de linguiça então…

7. Os frios.
Presunto San Daniele, queijo de cabra paraibano, grana padano e outras perdições reunidas lado a lado.


8. A porchetta.
Úmida, gorda, com uma casquinha crocante, pode ser levada para casa ou comida em um sanduíche ali mesmo.

Agora, os motivos para manter distância do Eataly.

1. A muvuca.
O mercado ainda nem abriu, então só posso supor que os 4.500 metros quadrados serão tomados por uma turba sedenta por pão, vinho e outras gostosuras. Mas é uma boa aposta, baseada na atração que o Eataly NY desperta em turistas brasileiros, no interesse de quem passava na rua no dia da “pré-estreia” e na lotação de feiras e outros eventos gastronômicos de São Paulo.

2. O risco de gastar demais.
Como na visita as mercadorias não tinham preços marcados, não sei dizer se eram especialmente caras ou baratas (a comunicação do Eataly promete preços justos. A ver). De qualquer forma, é daqueles lugares perigosos, cheios de produtos tentadores pedindo para entrar no carrinho. Se você está duro, melhor evitar.


3. O fato de ser um supermercado.
As tendas que abrigam frutas, verduras e legumes são charmosas e a arquitetura arejada impressiona, mas trata-se de uma rede com outras 28 lojas pelo mundo (15 na Itália, 9 no Japão, duas nos Estados Unidos, uma em Dubai e uma em Istambul). Simpatizo mais com um mercado municipal como o de Pinheiros, em que nem tudo é tão bonito porém é mais autêntico (por enquanto…), ou com o pequeno empório familiar a duas quadras da minha casa. No entanto, confesso: se o fim do mundo estivesse próximo e eu precisasse de um abrigo, talvez corresse para o Eataly.

O Eataly São Paulo fica na avenida Presidente Juscelino Kubitschek, 1.489.


Para cozinhar mais:

Mariana Weber

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