Categoria: Da minha família

Receitas dos cadernos da minha mãe e da minha avó materna.

Banana flambada com creme batido — doce rápido e flamejante

Banana flambada e creme batido: sobremesa simples, mas com emoção
Banana flambada e creme batido: sobremesa simples, mas com emoção

Nem tinha planejado fazer sobremesa para o jantar, mas vi essa receita no caderno da minha avó Viquinha, anotada como banana flambé. Apesar do sotaque francês emprestar certa sofisticação ao doce, o passo a passo parecia simples, e eu tinha tudo de que precisava. Superei a insegurança quanto a flambar (atear fogo na bebida despejada na frigideira) e preparei um bom doce de última hora.

Teste número 43: banana flambada
Fonte – Caderno de receitas da minha avó Viquinha.
Grau de dificuldade – Fácil (mas exige atenção).
Resultado – Um jeito menos saudável mas bem mais divertido de servir fruta de sobremesa.

Ingredientes*
4 bananas grandes
¼ de xícara de manteiga
½ colher (sopa) de raspas de laranja
2 colheres (sopa) de licor Cointreau
Açúcar para polvilhar
Creme de leite fresco para acompanhar
*Se você não tiver uma frigideira bem grande, diminua as quantidades ou faça metade de cada vez para acomodar as fatias de fruta lado a lado.

Modo de preparo
Descasque e corte as bananas em fatias finas. Em uma frigideira de ferro grande, derreta a manteiga com as raspas de laranja e coloque as bananas. Vire as fatias quando estiverem douradas, depois polvilhe açúcar sobre elas. Quando o outro lado estiver dourado, adicione o Cointreau à frigideira com uma colher ou uma concha (não jogue direto da garrafa, para evitar acidentes; e mantenha por perto uma tampa de panela para o caso de precisar abafar as labaredas). Flambe imediatamente — com cuidado, use um acendedor de fogão ou um fósforo longo para colocar fogo na bebida dentro da frigideira; ou incline um pouco a frigideira, para o lado oposto ao que você está, até a chama do fogão atingir a bebida e provocar labaredas.

Quando o fogo na frigideira acabar, sirva as bananas com o creme de leite batido até adquirir consistência de chantilly.

Pimentões recheados da Vó Helena

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Pimentões recheados de carne moída: o refogado deve ser bem úmido

Esta receita não saiu de nenhum caderno, mas da memória que eu tenho da minha avó Helena cozinhando. É comida simples, saudável, feita com cuidado por alguém que a vida toda trabalhou muito (em horas e intensidade) como professora de balé. Para mim, um prato com gosto de saudade.

Teste número 42: pimentões recheados
Fonte – Lembranças da comida da minha avó Helena.
Grau de dificuldade – Fácil.
Resultado – Ótima refeição caseira.

Ingredientes
1 cebola grande
1 dente de alho grande
Azeite
500 gramas de carne moída (usei capa de filé)
6 azeitonas pretas
1 lata de tomates pelados
Cominho, pimenta-do-reino e sal a gosto
Farinha de rosca (o suficiente para dar liga, cerca de 3 colheres de sopa. Outra opção é usar miolo de pão picadinho — acho que era o que minha avó fazia)
Coentro (acho que minha avó usaria salsinha, mas eu tinha coentro fresco em casa e resolvi colocar no prato)
3 pimentões verdes grandes (ou pequenos, em maior quantidade, se quiser porções individuais)

Modo de preparo
Em uma panela ou frigideira grande, refogue a cebola e o alho picados em um fio de azeite. Mexendo sempre, acrescente a carne moída e as azeitonas picadas. Quando estiver bem refogado, junte os tomates, previamente picados, e o cominho, a pimenta e o sal. Deixe secar um pouco, depois acrescente um pouco de farinha de rosca e o coentro picado. O recheio deve ficar bem úmido.

Corte fora a tampa de cada pimentão (a parte com o cabo e as sementes) e reserve. Pelo buraco, cuidadosamente retire com uma faca as partes brancas do interior.

Com uma colher, recheie os pimentões de carne moída. Recoloque a tampa e prenda com palitos.

Posicione os pimentões em uma travessa, regue com um fio de azeite e cubra com papel-alumínio. Leve ao forno quente. No final do cozimento, retire o papel-alumínio para dourarem um pouco.

Na hora de servir, retire os palitos. Esta receita vai muito bem com arroz, feijão e salada verde.

Dobradinhos de queijo para levar na festa da escola

Receita de dobradinho de queijo

Dia de comemorar o fim do curso de férias na escola do meu filho. Pediram que ele levasse uma bandeja de salgados, e minha primeira reação foi pensar em pães de queijo da padaria. Então pensei duas vezes e, no dia anterior, preparei essas trouxinhas de queijo do caderno de receitas da minha mãe, até para aproveitar um pouco do queijo gouda holandês que compramos de monte em uma promoção do supermercado.

Teste número 41: dobradinhos de queijo
Fonte – Caderno de receitas da minha mãe.
Grau de dificuldade – Médio.
Resultado – Opção gostosa para um lanche. Estavam especialmente gostosos quentes, recém-saídos do forno, mas sobreviveram bem até o dia seguinte.

Ingredientes
2 ½ xícaras de farinha de trigo
4 colheres (chá) de fermento químico em pó
4 colheres (chá) de manteiga
1 colher (chá) de açúcar
Sal a gosto
½ xícara de leite (ou o quanto bastar para dar liga)
2 ovos
Queijo para rechear (eu usei o gouda)

Modo de preparo
Em uma tigela, misturei a farinha com o fermento, o sal, o açúcar e a manteiga.

Em uma xícara, desmanchei um ovo no leite, depois despejei esse líquido na tigela com os outros ingredientes.

Amassei tudo até conseguir uma massa lisa (para isso, tive que colocar um pouco mais de leite).

Com um rolo, estiquei a massa em uma superfície enfarinhada (demorou um pouco, porque a massa estava bem resistente). Usei um cortador de pizza para cortar a massa em quadrados de aproximadamente 5 cm.

Em cada um dos quadrados, coloquei uma tira de queijo na diagonal.

Pincelei duas pontas de cada quadrado com ovo batido e as prendi, abraçando o queijo (conforme as instruções abaixo, anotadas no caderno da minha mãe).

Instruções para fazer dobradinho de queijo

Passei mais ovo por cima dos salgadinhos, depois os coloquei em assadeiras untadas, deixando espaço entre eles.

Receita de dobradinho de queijo

Assei em forno pré-aquecido a 200 ºC por cerca de 10 minutos.

 

Bolinho de polvilho tradicional ou picante

Para acompanhar o chá, bolinhos de polvilho recém-saídos do forno

Minha avó Viquinha fazia chá da tarde. Um ritual diário de parar, tomar uma bebida quentinha, comer bolo, bolinho, pão e biscoito. Para abastecer esse hábito, contava com uma profusão de receitas. Só de bolinhos de polvilho, tinha variações com óleo, com manteiga ou com banha, com leite ou com ricota, de liquidificador ou de amassar…

No fim de semana fiz um desses bolinhos. Muito simples de preparar, fica gostoso quentinho, recém-saído do forno, servido puro ou com manteiga e geleia. Como já tinha feito outra preparação parecida há algum tempo, desta vez resolvi inventar: assei uma versão tradicional e duas opções apimentadas. Funcionou, viu?

Teste número 40: bolinhos de polvilho
Fonte – Caderno de receitas da minha avó Viquinha.
Grau de dificuldade – Muito fácil.
Resultado – Ótimo acompanhamento para um chá da tarde. Mas perde muito quando esfria. Se não for comer na hora, melhor reaquecer (eu uso um grill elétrico, mas torradeira e mesmo frigideira também servem).

Ingredientes
200 gramas de polvilho azedo
100 gramas de ricota
1 colher de sopa cheia de óleo (ou o quanto bastar para dar liga)
1 ovo
Sal a gosto
Páprica picante e pimenta-malagueta em flocos (opcional)

Modo de preparo
Misturei bem todos os ingredientes Moldei biscoitos em formato de “s” ou em rodelas e coloquei em assadeiras untadas. Sobre alguns dos biscoitos, salpiquei páprica picante ou pimenta-malagueta em flocos. Levei ao forno pré-aquecido a 200 ºC até começarem a dourar.

Pãezinhos para segunda-feira (ou para o dia que você quiser)

pãozinho para segunda-feira (O Caderno de Receitas)

Já faz algum tempo que namoro esta receita anotada no caderno da minha mãe como “Pãezinhos para segunda-feira”. Mas sempre me lembrava dela em outro dia da semana, e prepará-la em uma terça-feira ou sábado não faria muito sentido. Seria como comemorar festa junina em maio ou preparar nhoque da sorte no dia 24.

Segunda-feira passada, finalmente pensei na receita no dia certo, e nem precisei ir ao mercado, pois já tinha tudo o que precisava, inclusive a banha de porco, comprada para outro prato. Misturei os ingredientes, moldei a massa, coloquei em um tabuleiro para assar e logo tinha pãezinhos fumegantes, perfeitos para comer com manteiga. Tudo tão rápido e fácil que me fez repensar essa história de esperar uma segunda-feira para prepará-los: vale a pena fazê-los qualquer dia (ou hora) em que se tem pouco tempo para cozinhar e muita vontade de comer algo gostoso.

Teste número 39
Receita – Pãezinhos para segunda-feira.
Fonte –
Caderno de receitas da minha mãe.
Grau de dificuldade – Fácil.
Resultado – Bom para uma segunda-feira, uma terça-feira, uma quarta-feira, um sábado, um domingo…

Ingredientes
500 gramas de farinha de trigo (ou o quanto bastar)
1 colher (sopa) de manteiga
1 colher (sopa) de banha
1 colher (sopa) de fermento químico
1 copo de leite
1 colher (café) de sal
1 ovo + 1 gema
Óleo ou manteiga para untar

Modo de preparo
Misturei todos os ingredientes, exceto a gema extra. Como a massa estava um pouco mole demais, acrescentei um pouco mais de farinha até conseguir moldar pãezinhos.

Coloquei os pãozinhos em um tabuleiro untado com óleo. Para dar um brilho, espalhei a gema na parte de cima deles (com uma colher mesmo, porque não tinha pincel culinário).

Assei os pães no forno pré-aquecido a 180ºC até ficarem levemente dourados.

Rendimento: cerca de 8 pães pequenos.