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Bolinho de banana — uma nova receita de família

Bolinho de banana no piquenique

Esta não é uma receita de família. Ou melhor: esta não era uma receita de família. Porque receitas de família não são só aquelas que vieram da mãe, do pai, do tio, da avó, da bisavó. Claro, essas têm o sabor especial de coisa nossa, um dos incontáveis tijolinhos que nos tornam o que somos. Mas, procure um pouco, e é capaz de descobrir que a receita da avó veio da lata de leite condensado ou foi anotada de um programa de TV vespertino. Certo, pode ter vindo também da sogra ou da vizinha ou do avô padeiro ou, quem sabe, da própria cuca. Mas, seja de onde veio, foi com a prática e caligrafia da avó que o prato virou herança.

O bolo de hoje, encontrei site tempos atrás no site Simply Recipes. Não lembro bem o que buscava, mas lembro que fui fisgada pelo texto que dizia que o banana bread era a receita mais popular do site nos últimos dez anos. Testei, aprovei, testei de novo, aprovei de novo, fiz alguns ajustes e incorporei ao rol de receitas da minha família — e à lista de preparações para aproveitar banana madura.

A receita original era levada ao forno em uma forma grande, de assar pão, mas preferi dividir a massa em forminhas de silicone. Assim fica mais prático mandar na lancheira ou levar em piqueniques.

Também acrescentei passas porque gosto da sensação de encontrar seus pequenos bocados úmidos no meio da massa (que, por sinal, também é úmida). Podem ser substituídas por mirtilos frescos, o que torna o bolo mais caro, porém sensacional.

Ingredientes
2 a 3 bananas bem maduras
⅓ de xícara de manteiga derretida
1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
1 pitada de sal
½ xícara de açúcar
1 ovo batido
1 ½ xícara de farinha de trigo
1 punhado de uvas passas ou mirtilos
1 colher (chá) de extrato de baunilha

Modo de preparo
Amasse as bananas com um garfo. Misture-as à manteiga derretida.

Mexendo com uma colher, junte o bicarbonato, o sal, o açúcar, o ovo, a farinha, as passas ou mirtilos e a baunilha.

Distribua em formas untadas e enfarinhadas, dispostas sobre um tabuleiro, e leve ao forno pré-aquecido a 180ºC. Os bolinhos estarão prontos quando ficarem levemente dourados e, quando espetados com um palito de madeira no centro, o palito sair seco, sem massa grudada.

Para cozinhar mais:

Bolinho de chuva com banana

bolinho de chuva com banana

Bolinho de chuva é um clássico da comida de vó. Mas não da minha avó materna, Viquinha. Que eu me lembre, ela nunca preparou a receita para os netos – não me ressinto, comi uns bons tantos nas férias no sítio, com minha mãe e a família do meu pai.

Foi dentro de um caderno da vó Viquinha, no entanto, que encontrei esta receita. Estava anotada em um pedaço de papel, em uma caligrafia que não conheço. Preparei para meu filho, em uma tarde preguiçosa como bolinho de chuva pede.

Teste número 78: bolinho de chuva com banana
Fonte – Um pedaço de papel guardado em um caderno de receitas da minha avó Viquinha.
Grau de dificuldade – fácil.
Resultado – Bolinhos disformes e saborosos. Para um dia de chuva ou de sol.

Ingredientes
1 ovo
1/3 xícara de açúcar
1/3 de xícara de leite
1 xícara de farinha de trigo
1 colher de chá de fermento em pó
1 banana picada
Óleo para fritar
Açúcar e canela para polvilhar

Modo de preparo
Bata bem todos os ingredientes.

Despeje colheradas da massa no óleo quente e frite até dourar.

Polvilhe com açúcar e canela.

Para cozinhar mais:

Outras receitas com banana.

Fruta de sobremesa – em forma de picolé

Picolé de limão com mel

Aí vai mais um post na linha: o que fazer com fruta madura?

Desta vez, fiz picolé. Coisa mais fácil.

É época de manga, adoro manga, compramos demais. Meu filho comeu umas cortadas cubinhos; outras, chupou inteiras, se lambuzando sem medo e sem camisa, como eu fazia em tantas férias no sítio. Ele não tem as mangueiras da minha infância para subir, as frutas vêm da feira mesmo, mas já é alguma coisa pegar o alimento com as mãos, puxar os fiapos com os dentes.

Acontece que sobrou manga. Já ia perder algumas, a polpa molenga demais para receber boas dentadas. Pensei em bater uma vitamina. Ri de mim quando titubeei diante da ideia de misturar manga com leite. Sei que é balela a história de que a combinação faz mal, provavelmente coisa do Brasil colonial que queria manter os escravos longe do leite nas fazendas. Mas essas crendices grudam na gente, às vezes disfarçadas de gosto: manga não combina com leite. Pode combinar, já provei uma boa sobremesa indiana que juntava as duas coisas, mas, na dúvida, que tal um suco?

De tão doce, a manga pedia algo ácido, meio limão espremido. E um pouco de água, para fazer um suco grosso, quase um creme. Peneira, nem pensar. Esse creme podia virar sobremesa. Esse creme podia virar picolé! As forminhas plásticas que andavam esquecidas no armário desde o último verão logo se encheram de manga. Sobraram algumas vazias, e sobravam também bananas maduras no cesto, então fiz uma versão de banana e cacau – desta vez, sem leite, mas já fiz com e fica gostoso.

Nenhum dos picolés foi adoçado, pois as frutas já eram bem doces. Ambos foram testados e aprovados pelo meu filho. (Abaixo, coloquei também o preparo de um picolé de limão que fiz outro dia e que foi igualmente aprovado).

Meu testador oficial de picolés com a versão de banana e cacau (foto: O Caderno de Receitas)

Ingredientes
Picolé 1:
Manga bem madura
Suco de limão
Picolé 2:
Banana bem madura
Cacau em pó
Picolé 3:
Suco de limão cravo
Suco de limão taiti
Mel

Modo de preparo
Bata os ingredientes, despeje em forminhas e deixe endurecer no congelador. (No caso do limão, não precisa nem bater, só misturar.)

Dica
Para facilitar a retirada do picolé pronto, antes de despejar o suco unte levemente o interior das forminhas com um pouco de óleo vegetal pingado em um papel-toalha. Isso não é sempre necessário: fiz só na versão de banana, mais cremosa, que em outra ocasião tive dificuldade para retirar sem quebrar. Na de manga e na de limão, só deixo correr água da torneira sobre o fundo das forminhas antes de retirar o picolé, e as seguro por baixo na hora de puxar.

Para cozinhar mais:

Torta de banana com farofa e pingos de goiabada e memórias

Torta de banana do caderno de receitas da minha mãe

Esta foi a primeira receita que publiquei no blog. Não por acaso. Criei este espaço para retomar bons pratos e lembranças, e a torta de banana está entre as mais doces. Uma sobremesa de tabuleiro, simples mas com riqueza de sabor e texturas. A torta que minha mãe dava um jeito de fazer na sua rotina de mãe de três, aluna e professora, e eu levava satisfeita para as festinhas da escola.

Refiz neste fim de semana, para amigos. Meu filho não deu bola, preferiu o sorvete que acompanhava a torta. Mas vai comer no lanche em breve. Quem sabe perceba nela o gosto de carinho.

Teste número 73: torta de banana
Fonte –  Caderno de receitas da minha mãe.
Grau de dificuldade – Fácil.
Resultado – Gostosa e cheia de memórias.

Ingredientes
3 colheres (sopa) bem cheias de manteiga gelada para fazer a massa, mais uma para salpicar sobre a torta montada
Bananas bem maduras (eu usei 6, mas depende do tamanho da fruta)
Ameixas secas picadas
Goiabada cremosa (ou goiabada sólida cortada em cubos)
1 e ½ xícara de maizena
1 e ½ xícara de açúcar
1 e ½ xícara de farinha de trigo
1 colher (sopa) de açúcar aromatizado com baunilha (existe uma versão industrializada; eu usei uma versão caseira, feita com uma fava de baunilha já sem as sementes imersa em um pote de açúcar)
1 ovo

Modo de preparo
Corte a manteiga em cubos e leve ao congelador.

Enquanto ela gela, fatie a banana no sentido do comprimento, pique as ameixas secas e a goiabada (se for usar a sólida) e unte a a assadeira.

Peneire e misture a maisena, a farinha de trigo e os açúcares em uma tigela grande. Acrescente o ovo e a manteiga e misture delicadamente com os dedos até obter a consistência de farofa granulada, como a de cobertura de bolo cuca. Não demore muito no processo para a manteiga não derreter.

Na assadeira, distribua uma camada de farofa, outra de banana com pedaços de ameixas e colheradas de goiabada cremosa (ou cubos de goiabada sólida). Repita as camadas. Cubra com farofa e salpique pedaços de manteiga.

Leve ao forno a 190º C até a lateral dourar. Se seu forno tiver a função grill, use para dourar a cobertura.

Sirva quente ou fria, pura ou com sorvete.


Para cozinhar mais:

Chutney de banana e canela

pasta-de-banana-1Vamos falar sobre banana. De novo. Eu não canso. Como compro muita banana, vira-e-mexe sobra banana. Já publiquei uma lista de receitas para aproveitar a fruta. Mas outro dia experimentei de outro jeito, e é um jeito tão simples que achei que valia retomar o assunto. Misturei banana, canela, limão e calor. O resultado foi uma pasta adocicada e levemente picante (em um grau aprovado por meu filho de 4 anos), com um quê de chutney indiano. Resolvi chamar de chutney. Ficou gostoso sozinho no pão e temperando um sanduíche de porco.

Ah, o pão, integral, também foi feito por mim. Mas dele eu falo outro dia.

Ingredientes
Bananas bem maduras
Canela
Suco de limão

Modo de preparo
Corte a banana em rodelas, tempere com canela e limão a gosto. Em uma panela, leve ao fogo médio, mexendo até reduzir bem e se tornar uma pasta castanha. Sirva com pão ou como quiser (funcionou bem com porco).

piquenique-pasta-de-banana
A pasta de banana foi ao parque (o potinho lá  o alto)

Para cozinhar mais: