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Ovo mollet — porque nós amamos ovo

Ovo mollet com pupunha e cogumelos do chef Renato Carioni (foto: divulgação)

Se há um ingrediente que eu amo, é ovo. De preferência com gema mole. Aparentemente, o público deste blog compartilha da minha opinião, pois o post mais visto de todos é a receita de ovos com brioche e queijo ao forno. Dado nosso histórico (meu e dos leitores), me apressei em pedir uma receita quando soube que o restaurante Così faria um festival de ovo mollet (preparação francesa de clara cozida e gema mole). O chef  Renato Carioni passou, e eu a reproduzo abaixo.

Em tempo: o festival, com quatro versões do prato a R$ 37 cada, vai até 2 de outubro. O restaurante fica na rua Barão de Tatuí, 302, Santa Cecília, São Paulo – SP.

Ovo mollet com purê de pupunha e molho de cogumelos

Rendimento: 4 porções

Ingredientes
4 ovos
Farinha de trigo e rosca e um ovo para empanar
100 gramas de cogumelos de paris
50 gramas de manteiga
2 dentes de alho picados
50 mililitros de vinho branco
200 mililitros de creme de leite fresco
Sal
Pimenta-do-reino
200 gramas de pupunha cozido e amassado
Óleo para fritar

Modo de preparo
Cozinhe os ovos em água fervente por 4 minutos e 30 segundos, resfrie rapidamente em água e gelo, descasque com cuidado e empane passando em farinha de trigo, ovo batido e farinha de rosca. Reserve.

Refogue os cogumelos na manteiga, adicione o alho picado e o vinho branco e deixe reduzir, acrescente o creme de leite e tempere com sal e pimenta.

Aqueça o pupunha, frite o ovo por imersão a 180 ºC até que fique bem dourado e sirva em seguida com o molho.

(Foto: divulgação)

Para cozinhar mais:

Uma ambrosia acidental

Quem não tem ovos nevados come ambrosia

Vou falar a verdade. Eu queria mesmo era fazer os ovos nevados que a minha avó Viquinha costumava servir. Mas o creme talhou. Uma pena. Eu já estava pronta para jogar jogar fora aquela mistura de gemas, leite, açúcar, baunilha e raspas de limão quando… Espera, parece ambrosia!

Encontrei a receita que eu procurava no livro 500 Anos de Sabor, lançado 16 anos atrás, no 500º aniversário do descobrimento do Brasil. Nele, a autora, Eda Romio, conta que as combinações de leite, açúcar e ovos já faziam a fama de Portugal antes de Cabral desembarcar por aqui. Os doces de gemas, especialmente, abundavam, pois muita clara era empregada nos conventos para produzir hóstias e engomar as roupas usadas pelos religiosos.

Peguei no livro o passo-a-passo da ambrosia, que reproduzo abaixo, e adaptei. Na minha versão, a calda de açúcar só entrou em um passo posterior (eu a adicionei à mistura de leite e ovos já talhada e cozinhei um pouco mais). Também usei um pouco menos de açúcar (mesmo assim ficou dulcíssimo) e acrescentei raspas de limão.

Quanto às claras que sobraram, talvez eu faça com elas uma mousse de fruta ou suspiros. E o ovos nevados ficam para outro dia.

Ingredientes
2 xícaras de chá de açúcar (usei “só” 1 e ½)
Água
6 gemas
½ litro de leite
Essência de baunilha (usei uma fava vazia de baunilha que eu mantive guardada em um pote de açúcar)
Canela
Raspas da casca de um limão (acréscimo meu; a receita do livro não pedia)

Modo de preparo
Fazer uma calda bem rala com o açúcar e a água. À parte, bater as gemas, misturar com o leite, bater mais um pouco e acrescentar à calda, levando ao fogo brando. Os ovos vão coalhar. Mexer de vez em quando, e de leve, com um garfo. Juntar a baunilha (e as raspas de limão) e deixar cozinhar por mais 10 minutos (eu deixei bem mais, uns 30 no totalminutos), em fogo bem baixo. Deixar esfriar, colocar em compoteira e polvilhar com canela (eu não esperei esfriar para, com cuidado, misturar a canela e guardar na geladeira).