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Minha versão do penne com aspargos e presunto cru do Ritz

penne com aspargos e presunto cru - O Caderno de Receitas

Vi aspargos bonitos e relativamente baratos no mercado, resolvi fazer minha versão do penne com aspargos, presunto cru, creme e parmesão que já comi tantas vezes no restaurante Ritz da alameda Franca. Assim trouxe para casa o prato de um lugar em que eu sempre me sinto em casa — e que ao mesmo tempo às vezes me lembra dos tempos em que eu me sentia poeirinha na cidade grande.

Porque quando voltei para São Paulo, sem meus pais, depois de passar a adolescência em Vitória, a metrópole me dava vertigem. Eu gostava da sensação, que era também a vertigem de estar adulta, sozinha, anônima nas ruas.

Hoje criei meu canto na cidade, uma vida de interior dentro bairro, uma casa ninho com passarinho novo. E foi para ele, meu Pedrinho, que fiz esta receita, bem livremente inspirada na do Ritz (que ele, aliás, conheceu recentemente — e lá  se fartou com hamburguinhos).

Receita

Ingredientes

1 dúzia de aspargos
1 cebola
Azeite
Creme de leite fresco
Parmesão
Sal
Pimenta-do-reino
Presunto cru
Penne

Modo de preparo

  1. Descarte a base esbranquiçada e dura dos aspargos. Corte o resto da base em rodelas e reserva as cabeças.
  2. Esquente a água para a massa.
  3. Pique uma cebola e refogue no azeite.
  4. Coloque o penne para cozinhar (não descarte toda a água do cozimento ao escorrê-lo).
  5. Junte as rodelas de aspargos e um pouco de água quente (cerca de 1/2 xícara). Cozinhe alguns minutos até amaciar um pouco.
  6. Junte uma esguichada de creme de leite e ferva para engrossar. Junte as cabeças dos aspargos. Rale parmesão por cima, tempere com pimenta-do-reino e sal a gosto (cuidado, porque o presunto cru é salgado).
  7. Misture o penne cozido ao dente ao creme com aspargos. Se ficar muito grosso para misturar, acrescente um pouco da água do cozimento da massa.
  8. Junte os pedaços de presunto cru.

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Espinafre gratinado com presunto e parmesão (a arte de variar a verdura de todo dia)

espinafre gratinado
Eu gosto do básico. Refogado no azeite, de preferência com alho, ou cru, como salada. Mas espinafre vai bem de uma infinidade de jeitos: em bolinhos, omeletes, tortas, cremes, gratinados… E variar também é gostoso.

No caderno de receitas da minha mãe, este prato estava anotado como espinafre à Lígia. Preparei no jantar como acompanhamento de uma torta de queijo, que servi também com tomatinhos frescos. A combinação funcionou, e a verdura em si ficou saborosa. A Lígia em questão está de parabéns, embora eu não saiba bem quem ela é — segundo minha mãe, provavelmente uma amiga da minha avó.

Teste número 63: espinafre à Lígia
Fonte – Caderno de receitas da minha mãe.
Grau de dificuldade – Fácil.
Resultado – Um bom creme de espinafre gratinado.

Ingredientes
1 maço de espinafre picado
2 colheres (sopa) de manteiga
½ xícara de leite
1 colher (sopa) de maisena
1 ovo batido
200 gramas de presunto picado
100 gramas de parmesão
Farinha de rosca para polvilhar

Modo de preparo
Refogue o espinafre  na manteiga. Junte o leite e espere secar um pouco. No fogo baixo, junte o ovo e misture bem. Coloque também o presunto e tire logo do fogo. Despeje em uma assadeira. Polvilhe o parmesão e a farinha de rosca por cima. Leve ao forno a 200ºC para gratinar (se tiver a função grill no forno, aproveite).

Do jantar ao piquenique: torta de parmesão com gorgonzola

torta de queijoTorta acrescenta uma pitada de travessura no cotidiano arroz com feijão das refeições. Mesmo quando é simples como esta torta de queijo, anotada como pastelão no caderno de receitas da minha mãe.

O original levava banha, mas eu não tinha em casa. Nem toucinho havia no mercado (sério!), para derreter e aproveitar a gordura. Fui de manteiga, e tudo bem. Ao parmesão pedido nos ingredientes, juntei um pouco de gorgonzola (delícia, marca Serra das Antas), e acho que deu um toque especial. Por fim, fiz o dobro da massa recomendada, com medo de o recheio transbordar.  

No noite de sábado, servi a torta acompanhada de espinafre (outra receita que publicarei em breve aqui) e tomatinhos. Domingo, o que sobrou virou piquenique no parque.

torta-de-queijo-com-tomate-e-espinafre-1

Teste número 62: pastelão de queijo
Fonte – Caderno de receitas da minha mãe.
Grau de dificuldade – Fácil.
Resultado – Gostoso no jantar, gostoso no piquenique do dia seguinte.

Ingredientes
Para a massa:
2 colheres (sopa) de manteiga
1/2 xícara de leite morno
Sal
1 xícara de farinha de trigo (aproximadamente; acrescente aos poucos)
Para o recheio:
200 gramas de parmesão e 50 gramas de gorgonzola (ou a mistura de queijos que você quiser)
1 colher (sopa) de farinha de trigo
1 xícara de leite
3 ovos bem batidos
Pimenta-do-reino
Sal, se necessário (vai depender do queijo usado; na minha torta, não foi preciso acrescentar sal)
Para decorar:
Ervas frescas (usei alecrim)
Pimenta-rosa

Modo de preparo
Misture a manteiga, o leite e o sal, depois junte a farinha aos poucos e amasse com as mãos até obter uma massa lisa. Deixe-a em repouso por uma hora.

Para o recheio, rale o queijo (eu usei o processador para facilitar), depois misture bem todos os ingredientes.

Depois de deixar a massa descansar, espalhe-a em uma forma untada, em seguida despeje o recheio. Leve ao forno médio (190ºC) por cerca de 20 minutos.

Após retirar a torta do forno, salpique ervas e pimenta-rosa.

torta-de-queijo-cortada

Biscoitos de bom parmesão

biscoitos de parmesão (foto: O Caderno de Receitas)

Enquanto escrevo, ainda sinto o gosto dos biscoitos que tirei há pouco do forno. Ficaram com um delicioso sabor de queijo e uma textura amanteigada que desmancha na boca.

(Pausa para pegar mais um biscoito na cozinha.)

A receita, tirada de um caderno da minha avó Viquinha, é tremendamente simples (e parecida com a de outro biscoito de queijo que já postei no blog). Se ficou gostosa, não foi por mérito das minhas mãos na massa, e sim pela qualidade dos ingredientes.

Se eu tivesse usado um queijo de saquinho com gosto de sabão, teria feito biscoitos com gosto de sabão. Mas usei manteiga Roni, produzida em São Sebastião da Grama (SP) – e encontrada no Mercado Municipal de Pinheiros, na capital -, e ralei na hora parmigiano-reggiano, o verdadeiro parmesão italiano, comprado em oferta porque estava perto do vencimento da validade.

Nem precisava de tanto. Um bom queijo curado, parmesão ou não, ralado na hora, teria feito bem o serviço.

Teste número 56: biscoitos de parmesão
Fonte – Caderno de receitas da minha avó Viquinha.
Grau de dificuldade – Muito fácil.
Resultado – Biscoitos salgadinhos e viciantes, para comer aos montes, com jeito de lanche de casa de avó.

Ingredientes
75 gramas de manteiga sem sal
50 gramas de queijo parmesão ralado na hora (mais um pouco para polvilhar)
100 gramas de farinha de trigo
Pimenta-do-reino a gosto
1 gema de ovo

Modo de preparo
Misture todos os ingredientes com as mãos até obter uma massa homogênea.

Molde bolinhas um pouco menores do que bolas de gude e as aperte na palma da mão para dar um formato de moeda.

Distribua as moedas de massa (cerca de 70) em tabuleiros untados. Pincele a gema de ovo sobre os biscoitos, depois polvilhe um pouquinho de queijo.

Leve ao forno pré-aquecido a 200 ºC. Asse por 5 minutos ou até que estejam levemente dourados.

Bolinhas de queijo da tia Ana (mãe da Fernanda)

Biscoito caseiro de queijo

Cresci em São Paulo, mas tive a sorte de morar em uma vila onde as crianças circulavam à vontade e entravam sem cerimônia nas casas umas das outras, muitas vezes deixadas com as portas destrancadas. Uma coisa meio hippie. Lá aprendi a andar de bicicleta, fiz viagens imaginárias de mapa-múndi na mão e mochila nas costas, admirei fogueiras de festa junina, montei espetáculos teatrais, joguei queimada (para ser mais precisa, perdi jogos de queimada), dancei em bailinhos e dei meu primeiro beijo (shhh! Não espalha!). Também fiz grandes amigos, que deixei de encontrar com frequência quando, adolescente, saí da cidade, mas que estarão sempre ligados às lembranças de um período delicioso da minha vida.

Minha melhor amiga era a Fernanda, uma menina doce e tranquila, que zelava por mim, a mais nova da turma (os pirralhos dos meus irmãos e dos amigos deles não contavam). A Fê era o máximo. À noite, se eu tinha medo de atravessar sozinha o pátio entre os sobrados para voltar para casa, principalmente depois de ver um filme de terror, ela se oferecia para me acompanhar. Estudava em um colégio alemão e tinha lições de casa indecifráveis! E, como eu, gostava de ler e escrever. Trocamos cartas logo depois que me mudei para Vitória. Hoje professora, ela me contou ter usado nossa correspondência como exemplo para tentar explicar a seus alunos, crianças, que as pessoas algum dia já se comunicaram por cartas.

Recentemente, lendo os cadernos de receita da minha família, achei curioso como eles funcionavam feito redes sociais. Minha avó anotava o passo a passo de um prato supimpa feito por uma conhecida, testava a preparação, acrescentava um comentário aqui e uma dica de outra amiga ali e então passava a novidade para a frente. Lembrei disso quando vi a receita abaixo anotada no caderno da minha mãe como “Bolinhas de queijo (Ana)”. Ana, amiga da minha mãe, é mãe da Fernanda, minha melhor amiga na vila. No meu caderno (este blog), as bolinhas viraram “Bolinhas de queijo da tia Ana (mãe da Fernanda)”, porque assim faz mais sentido para mim.

Reflexões à parte, esta receita é simples que só e fica uma delícia com um café da tarde.

Ingredientes
1 xícara e meia de farinha de trigo
1 xícara de manteiga (o original levava margarina, mas substituí)
1 xícara bem cheia de queijo ralado (usei gruyère, porque minha geladeira está cheia desse queijo, comprado em uma promoção, mas geralmente usaria parmesão)

Modo de preparo
Misturei tudo com as mãos até formar uma massa uniforme. Dividi a massa em bolinhas (e algumas “minhocas”, para o meu filho) e as levei ao forno pré-aquecido a 200ºC em uma assadeira (nem precisa ser untada).

Biscoito de queijo em forma de minhoca
Para as crianças, minhocas de queijo