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Duas tentativas de fazer biscoitos de gengibre

Biscoitos de gengibre - O Caderno de Receitas

Meu filho anda fascinado pela história do Homem Biscoito de Gengibre, um sujeitinho desaforado que foge do forno gritando: “Você não me pega!”. Alguns fins de semana atrás, resolvi preparar para ele (e com ele) o tal biscoito. Foi um daqueles momentos bonitos da maternidade: nós dois juntando ingredientes, cortando a massa com o molde, sentindo o cheiro de especiarias se espalhar pela casa. Pena que o resultado não foi tão bonito. Os biscoitos ficaram gostosos, mas disformes. “Cadê o olho, mamãe?”, perguntava meu pequeno, enquanto eu, com uma faca, tentava fazer cortes que simulassem um rosto.

Ele se convenceu com o improviso (bem mais que eu). Outro dia, pediu novamente os biscoitos. Com o menino fora de casa, parti para mais uma tentativa, com outra receita. Tirei o passo-a-passo do livro Feito com Carinho (assim como da primeira vez), substituí glicose de milho por mel (assim como da primeira vez) e usei só metade dos ingredientes do original (assim como da primeira vez). Agora, deu certo.

Teste número 31
Receita: biscoitos de gengibre.
Fonte: livro Feito com Carinho, da Publifolha.
Resultado (foto abaixo): muito gostoso, quase um caramelo, mas sem formato definido (a massa borbulhou no forno; não sei se me enganei com alguma quantidade ou o quê).
História do Homem Biscoito de Gengibre e receita que deu errado

Teste número 32
Receita: gingerbread.
Fonte: livro Feito com Carinho.
Resultado (foto abaixo): bem gostoso, com formatos divertidos (mas devo dizer que o sabor do biscoito feioso era melhor).
O teste 32, com biscoitos em diferentes formatos: ainda bem que a gente não desiste fácil, né?

Ingredientes
110 gramas (1/2 xícara) de manteiga sem sal, mais um pouco para untar
350 gramas de farinha de trigo (isso para começar; ao amassar, eu adicionei algumas colheradas a mais para dar liga), mais um pouco para polvilhar
1 colher de chá de bicarbonato de sódio
1 colher de chá de gengibre em pó
150 gramas (1 xícara) de açúcar mascavo
2 colheres de sopa de mel (o original pedia glicose de milho)
1 ovo batido

Modo de preparo
Misturei a manteiga, a farinha, o bicarbonato e o gengibre até fazer uma farofa.

Adicionei o açúcar, o mel e o ovo e misturei mais. Como a massa estava grudenta demais para moldar, acrescentei mais farinha.

Em uma superfície enfarinhada, estendi a massa com um rolo até deixá-la com uns dois milímetros de espessura. Usei cortadores para dar formato aos biscoitos, depois fiz olhos, botões e boca com um palito (o livro recomendava usar uvas passas em vez de fazer buracos, mas meus biscoitos eram pequenos, ficaria esquisito).

Coloquei os biscoitos em assadeiras untadas, deixando espaço entre eles. Levei ao forno a 190ºC por cerca de 10 minutos, até ficarem dourados (alguns queimaram… Preste mais atenção do que eu!).


Para ler sobre o Homem Biscoito de Gengibre:

Pãezinhos de milho para comer com manteiga

Pão de milho quentinho com manteiga

Faz tempo que não publico receitas porque ando sem tempo para cozinhar e… Mentira. Até tenho corrido bastante, mas fiz duas receitas recentemente e não postei aqui porque deram muito errado: um pudim que escorreu para fora da forma e biscoitos de gengibre deliciosos que moldei feito homenzinhos mas saíram do forno com jeito de atropelados. Hoje, finalmente, algo deu certo — também, escolhi uma receita bem simplesinha, para não me decepcionar novamente

Simples e boa.  Esses pães, tirados do caderno de receitas da minha avó Viquinha, ficam uma delícia quando comidos ainda quentinhos, com manteiga derretendo.

(Em tempo, vou refazer o pudim e os biscoitos de gengibre. Quando acertar a mão, publico aqui.)

Ingredientes
1 xícara de fubá de milho
1 xícara de farinha de trigo
1 xícara de leite
1 colher de chá de açúcar
1 colher de sopa de manteiga
2 colheres de chá de fermento
½ colher de chá de sal
2 claras em neve

Modo de preparo
Misturei todos os ingredientes com uma colher, acrescentando por último as claras em neve e então mexendo levemente.

Achei que a massa ficou bem líquida, então fiz um teste: distribui metade, às colheradas, em uma assadeira untada e enfarinhada com fubá; à outra metade acrescentei um pouco mais de fubá, até a massa ficar consistente, embora ainda pegajosa, e então moldei os pãezinhos e os coloquei em outra assadeira untada e enfarinhada.

Levei as duas assadeiras ao forno pré-aquecido a 180ºC. Depois de assados, os pães das duas assadeiras ficaram gostosos, mas os da massa líquida — de crosta lisa e interior mais fofo — perderam no quesito aparência (para as fotos, usei os da massa com fubá adicional).

Receita de pão caseiro de milho

Brownie com manteiga de amendoim

Aceita um pedaço de brownie de chocolate e manteiga de amendoim? (foto: divulgação)
Aceita um pedaço de brownie de chocolate e manteiga de amendoim? (foto: divulgação)

Estou passando por uma fase de amor por manteiga de amendoim. Comprei uma versão meio natureba, com alfarroba e açúcar mascavo, e costumo comê-la sobre pedaços de maçã ou banana. Uma colherada da pasta acrescenta sabor, graça e cerca de 100 calorias a um lanchinho da tarde saudável.

Manteiga de amendoim também é o que faz a diferença na receita abaixo, da Adoro Brownie, indicada para aqueles momentos de indulgência em que valor calórico é a última coisa que importa. Está precisando adoçar o dia? Este doce certamente tem potencial para satisfazer sua necessidade de açúcar.

Ingredientes da massa de chocolate
3/4 de xícara de manteiga sem sal
1 xícara de açúcar
4 ovos
1 colher de chá de essência de baunilha
250 g de chocolate meio amargo
3/4 de xícara de farinha de trigo peneirada

Ingredientes da massa de amendoim
1/2 xícara de pasta de amendoim
2 colheres de sopa de manteiga sem sal
2 colheres de sopa de açúcar
1 ovo
1 colher de sopa de farinha de trigo

Modo de preparo
Primeiro faça a massa de chocolate: derreta a manteiga com o chocolate, então adicione os ovos, o açúcar e a baunilha e misture bem; por último acrescente a farinha de trigo peneirada.

Em seguida, misture bem todos os ingredientes da massa de amendoim.

Em uma forma de 25 x 25 cm, untada e enfarinhada, coloque colheradas da massa de chocolate, deixando espaços vazios para preencher com a massa de amendoim. Com a lateral de uma colher, arraste a massa de amendoim em direção à massa de chocolate para um efeito marmorizado.

Leve ao forno médio por 25 a 30 minutos.

Sequilho de araruta (ou a história do biscoito dos 7 erros)

Minha mãe me disse que na adolescência sempre assava estes biscoitos de araruta, muito simples de preparar. Pois para mim a receita pareceu encantada. Tudo o que eu tentava fazer dava errado.

Acabei acertando a mão, então publico o passo a passo no fim do post.  Antes, porém, vamos aos meus tropeços:

Erro número 1 – Acreditar que encontraria farinha de araruta facilmente em São Paulo.
Entrei em um, entrei em dois, entrei em três, entrei em quatro, entrei em cinco mercados. Nada. Em um deles, o atendente me olhou entre pasmo e ofendido quando perguntei pelo item. Desisti de fazer o biscoito naquele dia. Só iria encontrar a tal farinha semanas depois, em um box do mercado de Pinheiros. Em tempo: araruta é uma planta da América do Sul cuja fécula já foi muito usada e, segundo minha mãe, podia ser achada em qualquer supermercado, junto com o amido de milho e o polvilho de mandioca.

Erro número 2 – Tentar dividir a receita (ou ser desatenta, você decide qual é a questão).
Meio quilo de farinha de araruta me pareceu muita coisa. Resolvi fazer tudo pela metade. Em vez de três ovos, usaria um e meio. Só que, na hora de despejar as gemas na mistura, me distraí e joguei duas.

Erro número 3 – Não checar se tinha todos os ingredientes à mão na quantidade necessária.
Que mal meia gema a mais faria? Meu primeiro impulso foi seguir em frente, até porque o tamanho dos ovos varia. Mas pensei de novo e decidi completar as quantidades para fazer a receita inteira. Mais araruta, mais farinha, mais gema, mais manteiga. Ops, acabou a manteiga?!

Erro número 4 – Insistir no erro (ou ter preguiça de voltar ao supermercado).
Eu quase tinha a quantidade de manteiga necessária. Misturei os ingredientes e percebi que a massa estava um pouco seca, difícil de moldar. Mas quem sabe vai, né? Montei discos meio mequetrefes, untei uma forma com óleo e segui em frente.

Erro número 5 – Exagerar na decoração.
Meu marido tinha jogado fora um resto de goiabada que morava na minha geladeira. Um resto que seria suficiente para esta receita, a qual pede apenas um tiquinho do doce no alto de cada biscoito. Comprei um tijolão novo de goiabada só para fazer os biscoitos e caprichei na quantidade desse ingrediente – pena que ele grude um tanto no dente depois de assado.

Erro número 6 – Não separar todos os ingredientes que serão usados na receita.
Os biscoitos já estavam no forno quando me dei conta: “Esqueci de colocar a baunilha!”.

Erro número 7 – Resolver a vida enquanto os biscoitos estão no forno.
Uns minutinhos de distração e o fundo deles começou a escurecer.

Depois dessa sequência de tropeços, o resultado ficou melhor do que eu esperava. Um tanto quebradiço, com jeito de sequilho. Meu filho viu, quis experimentar e aprovou, então já valeu (ele só reclamou um pouco quando um troço de goiabada grudou em um dente, mas depois a gente vê isso com a dentista).

Guardei um tanto da massa na geladeira para assar no dia seguinte. Com uma colherada extra de manteiga, pedaços menores de goiabada e mais atenção no tempo de forno, os biscoitos ficaram bem melhores. A receita desencantou (mas outro dia ainda vou tentar fazê-la direitinho do começo ao fim).

Depois de um acerto aqui e outro ali, os biscoitos de araruta saíram - e ficaram bons!

Biscoitos de araruta

Ingredientes
½ quilo de araruta
250 gramas de farinha de trigo
250 gramas de açúcar
1 colher de sopa de fermento químico
250 gramas de manteiga
3 ovos (as claras em neve)
Gotas de extrato de baunilha (a gosto)
Raspas de casca de limão (opcional)
Pedaços de goiabada (ou goiabada cremosa)

Modo de fazer
Misture os ingredientes secos. Junte a manteiga e amasse tudo com as mãos. Adicione também as gemas, a baunilha e as raspas de limão e amasse mais. Por último, acrescente as claras batidas em neve.

Faça bolinhas e amasse para moldar pequenos discos. Coloque-os em uma assadeira untada. Sobre cada um deles, posicione um pedacinho de goiabada ou um pouco de goiabada cremosa.

Asse em forno baixo.

Bolinhas de queijo da tia Ana (mãe da Fernanda)

Biscoito caseiro de queijo

Cresci em São Paulo, mas tive a sorte de morar em uma vila onde as crianças circulavam à vontade e entravam sem cerimônia nas casas umas das outras, muitas vezes deixadas com as portas destrancadas. Uma coisa meio hippie. Lá aprendi a andar de bicicleta, fiz viagens imaginárias de mapa-múndi na mão e mochila nas costas, admirei fogueiras de festa junina, montei espetáculos teatrais, joguei queimada (para ser mais precisa, perdi jogos de queimada), dancei em bailinhos e dei meu primeiro beijo (shhh! Não espalha!). Também fiz grandes amigos, que deixei de encontrar com frequência quando, adolescente, saí da cidade, mas que estarão sempre ligados às lembranças de um período delicioso da minha vida.

Minha melhor amiga era a Fernanda, uma menina doce e tranquila, que zelava por mim, a mais nova da turma (os pirralhos dos meus irmãos e dos amigos deles não contavam). A Fê era o máximo. À noite, se eu tinha medo de atravessar sozinha o pátio entre os sobrados para voltar para casa, principalmente depois de ver um filme de terror, ela se oferecia para me acompanhar. Estudava em um colégio alemão e tinha lições de casa indecifráveis! E, como eu, gostava de ler e escrever. Trocamos cartas logo depois que me mudei para Vitória. Hoje professora, ela me contou ter usado nossa correspondência como exemplo para tentar explicar a seus alunos, crianças, que as pessoas algum dia já se comunicaram por cartas.

Recentemente, lendo os cadernos de receita da minha família, achei curioso como eles funcionavam feito redes sociais. Minha avó anotava o passo a passo de um prato supimpa feito por uma conhecida, testava a preparação, acrescentava um comentário aqui e uma dica de outra amiga ali e então passava a novidade para a frente. Lembrei disso quando vi a receita abaixo anotada no caderno da minha mãe como “Bolinhas de queijo (Ana)”. Ana, amiga da minha mãe, é mãe da Fernanda, minha melhor amiga na vila. No meu caderno (este blog), as bolinhas viraram “Bolinhas de queijo da tia Ana (mãe da Fernanda)”, porque assim faz mais sentido para mim.

Reflexões à parte, esta receita é simples que só e fica uma delícia com um café da tarde.

Ingredientes
1 xícara e meia de farinha de trigo
1 xícara de manteiga (o original levava margarina, mas substituí)
1 xícara bem cheia de queijo ralado (usei gruyère, porque minha geladeira está cheia desse queijo, comprado em uma promoção, mas geralmente usaria parmesão)

Modo de preparo
Misturei tudo com as mãos até formar uma massa uniforme. Dividi a massa em bolinhas (e algumas “minhocas”, para o meu filho) e as levei ao forno pré-aquecido a 200ºC em uma assadeira (nem precisa ser untada).

Biscoito de queijo em forma de minhoca
Para as crianças, minhocas de queijo