Este é um doce bem delicado. Parece um pequeno sanduíche de bolo de castanha-do-pará. Fiz para servir na festa de aniversário do meu filho, mas pode muito bem acompanhar um chá ou um café.
Teste número 47: romanos (docinhos de castanha-do-pará) Fonte – Caderno de receitas da minha avó Viquinha. Grau de dificuldade – Fácil. Resultado – Fofinho e gostoso.
Ingredientes 6 ovos (com gemas e claras separadas)
10 colheres (sopa) de açúcar
16 castanhas-do-pará (segundo a receita, também é possível usar 40 nozes ou 40 amêndoas) moídas 1 colher (sopa) de farinha de trigo Para o recheio 100 gramas de manteiga 100 gramas de açúcar 1 clara de ovo 1 colher (café) de extrato de baunilha
Modo de preparo Fiz uma gemada batendo as gemas e o açúcar. Juntei as castanhas moídas, a farinha de trigo e as claras batidas em neve. Despejei em um tabuleiro untado e levei ao forno médio até dourar levemente. Depois cortei a massa em quadradinhos.
Para o recheio, bati a manteiga e o açúcar, depois juntei a clara em neve e o extrato de baunilha.
Montei sanduichinhos de castanhas unindo pares de quadrados com o recheio amanteigado.
Ingredientes 75 gramas de manteiga (mais um tanto para untar) Fécula de batata para polvilhar 375 gramas de castanha-do-pará 5 ovos 255 gramas de açúcar refinado Raspas de 1 limão taiti 1 colher de chá de canela em pó
Modo de preparo Unte uma forma de 23 centímetros de diâmetro com manteiga e polvilhe com fécula de batata. Pré-aqueça o forno a 180°C. Rale a castanha-do-pará em um ralador fino para obter uma farinha e reserve. Derreta a manteiga e reserve.
Na batedeira, bata os ovos com açúcar até a mistura dobrar de volume (por cerca de 5 minutos). Acrescente as raspas de limão e a canela e bata por mais 2 minutos. Aos poucos, acrescente a castanha ralada, sem parar de bater. Acrescente a manteiga derretida e bata por mais um minuto.
Despeje a massa na forma untada e asse por 35 minutos, ou até que um palito saia limpo ao ser inserido no interior da massa.
Receita que passa de avó para neta: bombom de castanha-do-brasil (foto: Thays Bittar)
Esta é uma receita de avó, mas não da minha avó, e sim da avó da chef Stephanie Mantovani, da doceria Addolcire. Na cozinha de dona Anita, descendente de espanhóis, a mistura de castanha, leite condensado e ovos recheava docinhos delicados chamados de camafeus (que minha avó Viquinha também fazia, mas com nozes). Na confeitaria da neta Stephanie, o mesmo creme ganhou cobertura de chocolate amargo 54,5% de cacau (em vez de fondant de açúcar) e o nome de bombom de castanha-do-Brasil.
Ingredientes 1 lata de leite condensado (395 gramas)
2 gemas de ovo
200 gramas de castanha-do-pará (mais um pouco para decorar)
500 gramas de chocolate para cobertura (de preferência amargo)
Modo de preparo Numa panela fora do fogo, coloque o leite condensado, as gemas peneiradas (para atenuar o cheiro de ovo) e as castanhas já trituradas em um processador (reserve uma pequena parte de castanhas para a decoração).
Leve ao fogo médio e mexa constantemente até o recheio descolar do fundo. Para saber o ponto certo, passe um pão duro (tipo de espátula) no fundo da panela: se a risca feita se mantiver por alguns segundos, está pronto.
Com o recheio ainda quente, ponha-o em uma tigela reta, formando uma camada de 1 cm a 1,5 cm de espessura, sem ondulações.
Deixe esfriar em temperatura ambiente. Depois, com o auxílio de uma faca umedecida, corte o recheio em quadrados de 2,5 cm x 2,5 cm.
Para a cobertura, espete os pedaços de recheio em um garfo, mergulhe delicadamente em chocolate amargo (derretido em banho-maria) e coloque sobre papel manteiga. Logo em seguida, decore um dos cantos do bombom com a castanha reservada para a decoração e deixe-os assim até que cristalizem por completo. Depois, tire um por vez com cuidado para não deixar marcas dos dedos.
Mantenha-os fora da geladeira em local seco e sem calor.
Rendimento: cerca de 60 bombons.
Stephanie na Addolcire e com a avó, de quem herdou receitas e o gosto pelo doce (fotos: divulgação)
A Addolcire fica na alameda Jauaperi, 1201, Moema, São Paulo – SP. Tel.: (11) 4305-4001.
Nesta semana fui conhecer o novo menu do Marakuthai, restaurante contemporâneo de sotaque tailandês instalado nos Jardins, em São Paulo, e me fartei com um entradas refrescantes, um bom peixe com curry verde picante e sobremesas doces como a vida pede. Para compartilhar no blog, pedi à chef Renata Vanzetto uma receita bem simples, com potencial de renovar um básico do dia a dia: o arroz de jasmim com castanhas.
Na verdade, a preparação é tão simples que é mais uma ideia do que uma receita. No restaurante, esse arroz servia de acompanhamento para um bobó vegetariano de banana-da-terra e palmito pupunha. Em casa, acredito que ele vá bem com uma infinidade de ensopados e mesmo com outras preparações de peixe, frango ou vegetais.
Ingredientes 1 xícara de arroz de jasmim
2 xícaras de água
Sal a gosto
Castanha de caju (torrada e salgada) a gosto
Cebolinha picada e gergelim preto (opcional)
Modo de preparo Cozinhe o arroz só com água e sal. Na hora de servir, coloque por cima a castanha de caju. Se quiser, salpique ervas, como cebolinha, e gergelim.
Saí do evento Semana Mesa SP, que aconteceu de 3 a 5 de novembro, com boas experiências gastronômicas na memória e um queijo na bolsa – só não comprei mais coisa precisava encarar um longo percurso de transporte público a partir do Senac Santo Amaro, local do evento. As melhores experiências eu compartilho aqui. O queijo é meu.
1. Queijo de cabra da família de Ariano Suassuna
O produto do laticínio Grupiara de Taperoá, na Paraíba, é bom mesmo, mas a história e a embalagem ajudam. A criação de cabras da fazenda Carnaúba, que produz o leite para o queijo, começou há 40 anos, em uma sociedade do escritor Ariano Suassuna com o primo Manoel Dantas Vilar. No Mesa SP, Joaquim Pereira Dantas Vilar, filho de seu Manelito, contou que Suassuna tinha ganhado um prêmio literário pelo Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta e resolveu investir na compra dos animais o dinheiro recebido. São de Suassuna também os desenhos que ilustram a embalagem do queijo, que, ontem, recebeu medalha de ouro no Prêmio Queijo Brasil – Inês, filha de seu Manelito, não conseguia segurar o choro de felicidade pela premiação quando comprei minha caixa de queijo de cabra aromatizado com aroeira no estande da marca.
2. Baru tropeiro
Conheci o prato no estande da unidade de Campo Grande (MS) do movimento Slow Food, aquele que prega comer com prazer e calma, valorizando produtos artesanais de qualidade produzidos de forma sustentável. O baru tropeiro que comi ali exemplicava bem a busca pelas origens dos alimentos. Misturava castanha de baru do Assentamento Andalucia, em Nioaque, com feijões verdes das índias terenas, carne soleada à moda pantaneira e farinha de mandioca de Anastácio (cidade conhecida por promover todo ano uma festa da farinha que em que se vende bolo de massa puba a viagra de mandioca – mistura da raiz com leite condensado e pinga).
3. Geleia de cambuci com pimenta
Para uma fruta que já foi abundante em São Paulo mas andava meio esquecida, até que o cambuci tem me perseguido bastante no último mês. Provei seu sabor azedinho pela primeira vez, na forma de sorvete, no Bar e Armazém Cambuci, no bairro paulistano do Cambuci. No fim de semana passado fiz uma segunda visita ao estabecimento e o experimentei novamente em geleia, caipirinha e na própria fruta. No Mesa SP comi outras geleias, incluindo uma com pimenta, e fiquei sabendo da Rota do Cambuci, um projeto que promove festivais para resgatar essa fruta típica da Mata Atlântica do Sudeste.
4. Moqueca de aratu do chef Edinho Engel
Ok, o Senac Santo Amaro, onde aconteceu o Mesa SP, não tem a mesma vista para a Baía de Todos os Santos. Mas a moqueca de aratu do chef Edinho Engel que eu comi com talheres de plástico durante o evento não deixava nada a dever para o que eu comi no Amado, restaurante dele em Salvador, na Bahia. Até dispensei parte do sanduíche de pernil do Mercadinho Dalva e Dito, do chef Alex Atala, para deixar mais espaço para essa delícia, feita com aratu (um tipo de caranguejo) da cooperativa Repescar, que reúne pescadores artesanais de comunidades da Ilha de Itaparica e conta com uma unidade de beneficiamento de pescado.
5. Lambaris da horta
Não, não achei que têm gosto de peixe. Fritas e empanadas em farinha de milho, as folhas de lambari da horta ficam com gosto de fritura. Da boa. Melhor aidna se acompanhadas por geleias, como a de café e a de pimenta, produzidas por Tanea Romão, do Kitanda Brasil, de Tiradentes (MG). Os lambaris da horta, aliás, fazem parte do Banco de Hortaliças Não-Convencionais da Fazenda Experimental Risoleta Neves em São João Del Rei, ali do ladinho de Tiradentes.
6. Chocolate de cacau recém-descoberto
A Amazônia esconde muitas variedades de cacau ainda não catalogadas, contou Cesar Mendes, fundador da Amazônia Cacau, de Belém (PA). Ele descobriu uma delas em uma expedição recente pela floresta e produziu um delicioso chocolate 65%, cujos pedacinhos foram distribuídos junto com amêndoas da nova variedade durante a palestra de Mendes no evento (infelizmente, estava escuro demais no auditório para fotografar a amostra).