Tag: doce

Biscoitos de cereja e chocolate – receita de Natal da Alemanha

Biscoitos caseiros alemães

Como contei no post anterior sobre a Alemanha, ganhei uma latinha de biscoitos de Natal de uma funcionária do escritório de turismo da cidade de Rüdesheim am Heim. Pois Anke Haub, além de dividir comigo as gostosuras que fez para a família, compartilhou a receita de um dos biscoitos.

Ingredientes
325 gramas de farinha de trigo
150 gramas de açúcar
1 pacotinho de açúcar de baunilha
1 pitada de sal
1 ovo
175 gramas de manteiga (gelada e em lascas)
1 pontinha de faca de canela
2 colheres de sopa de amêndoas moídas
175 gramas de geleia de cereja
100 gramas de chocolate ao leite para cobertura
100 gramas de chocolate meio amargo para cobertura
Farinha para polvilhar na superfície de trabalho
Papel manteiga

Rendimento: 60 biscoitos

Modo de preparo
Misture 250 gramas da farinha de trigo, 100 gramas do açúcar, o açúcar de baunilha e o sal em uma tigela. Adicione o ovo e 125 gramas da manteiga e misture com um mixer, depois amasse com as mãos até obter uma massa lisa. Coloque-a na geladeira por 40 minutos.

Em outra tigela, coloque 75 gramas da farinha de trigo, 50 gramas do açúcar, a canela, as amêndoas e 50 gramas da manteiga. Misture com as mãos até obter uma farofinha.

Em uma superfície enfarinhada, estenda a massa com um rolo até deixá-la com 2 milímetros de espessura. Corte biscoitos com cerca de 3 centímetros de diâmetro. Coloque-os em uma assadeira coberta com papel manteiga. Espalhe a geleia sobre eles e depois um pouco da farofinha de amêndoas. Asse-os em um forno pré-aquecido a 200 ºC por 12 a 14 minutos.

Deixe os biscoitos esfriarem sobre uma grade. Derreta as duas coberturas juntas em banho-maria. Com uma colher, pegue os biscoitos e mergulhe a parte inferior deles no chocolate. Deixe que esfriem em uma grade.

Gostosuras do Natal na Alemanha

Mercado de natal em Nuremberg
Mercado de Natal em Nuremberg (foto: Franz_Walter / divulgação)

Estive na Alemanha recentemente para apurar reportagens sobre cerveja, vinho e outros assuntos da boa vida. Vou contar sobre a viagem em uma série de posts com dicas de roteiros e receitas. Começo falando de Natal porque, bom, ele está logo aí e várias cidades alemãs são famosas pela comemoração. Mas o principal é que fiquei morrendo de vontade de voltar ao país com o meu filho nessa época. Apesar do frio.

Na verdade, a Alemanha me pareceu um destino incrível para ir com crianças em qualquer mês (exceto janeiro, quando muita coisa fecha). Atrai pela vida ao ar livre em parques e praças (no frio, com meninos e meninas parecendo bonequinhos Michelin de tão agasalhados), pelas fantásticas lojas de brinquedos em que só a consciência cambial nos impede de levar tudo, pelas comidinhas tentadoras em embalagens caprichadas, pelos bonecos Playmobil que representam personagens de cada cidade, pelo transporte fácil de trem. Em dezembro, você soma a isso mercados natalinos com séculos de história, guloseimas típicas e decorações que se adaptam bem melhor ao clima e à arquitetura germânicos do que ao verão tropicaliente brasileiro.

Em outubro, quando estive lá, Nuremberg começava a se preparar para a festa. Minha primeira refeição foi na rua, aproveitando que a cidade tem muitos quiosques e barracas de comida. De “prato principal”, sanduíche de Nürnberger bratwurst (salsichas bem temperadas e com o tamanho de dedos); de sobremesa, lebkuchen, uma espécie de pão de mel aromático típico da localidade e especialmente desse período do ano. A receita do doce tem seis séculos — data da época em que Nuremberg era um importante entreposto nas rotas de especiarias. Falando em rotas, um bom passatempo é se entregar a uma caça ao melhor lebkuchen, vendido em confeitarias e quiosques na rua. Meu favorito foi o da Schmidt, de interior úmido e meio puxa-puxa, mas trouxe para o Brasil outro, da Geschenke, porque gostei da caixa com desenho de Papai Noel (sim, sou dessas).

Sanduíche de salsicha nuremberg
3 im weggla: um pão e 3 salsichas

Lebkuchen, o pão de mel típico do Natal em NurembergLebkuchen, o pão de mel típico do Natal em Nuremberg

Lebkuchen no mercado em Nuremberg
Que caixinha escolher?

Mercado de Nuremberg
O mercado de Nuremberg onde acontece a feira de Natal

O mercado onde acontece a feira de Natal de Nuremberg
Detalhe do mercado de Nuremberg

Comprei a caixinha bonita no Hauptmarkt, praça que abriga uma tentadora feira diária e em dezembro recebe os estandes do Chriskindlesmarkt. Nesse mercado natalino que existe desde a Idade Média, cerca de 200 estandes vendem de bolas de Natal a zwetschgenmännle (bonequinhos feitos de passas). Árvores de plástico são proibidas, assim como eletrônicos. Para comer e beber, há muito lebkuchen, muito 3 im weggla (pão com três salsichas), muito vinho quente. E haja vinho quente para bater o frio — em dezembro, a temperatura média é 0 ºC. Se a comilança e a bateção de pernas cansarem, faça uma pausa no Museu do Brinquedo, ali pertinho, com uma coleção tão bacana que desperta uma vontade de ter nascido em outros tempos só para brincar com aqueles carrinhos e casinhas de boneca ultrarrealistas.

Mercados natalinos acontecem em várias cidades alemãs. O principal de Munique ocupa a Marienplatz, com uma grande árvore enfeitada e concertos musicais todo fim de tarde. Há versões menores em bairros (uma delas no parque Englischer Garten) e no aeroporto (com direito a pista de patinação no gelo), e uma versão LGBT. Também é famoso o mercado especializado em presépios. Para comprar um presente, a Kunst und Spiel tem brinquedos de madeira e tecido que são a coisa mais linda — de lá, meu filho ganhou um duende barbudo que mora dentro de uma maçã de feltro.

Alemanha - natal em Munique
Estande de delícias em Munique (foto: divulgação)

Dresden, que anuncia sediar o mercado natalino mais antigo do país, em sua 581ª edição, promove também um de inspiração medieval, com comida, jogos, gente fantasiada e artigos artesanais que remetem à Idade Média. Hamburgo, veja só, abriga um mercado só para maiores, com striptease de anjos. Em Bamberg, que tem seu mercado natalino e presépios, achei uma loja de acessórios para biscoitos e comprei moldes com estampas de floco e boneco de neve, boneco de gengibre e pinheiro.

Rüdesheim an Rhein, na beira do Reno, também prepara uma feira de Natal, além de ter aberta o ano todo uma loja Käthe Wohlfahrt, cheia de bonecos quebra-nozes de madeira e carrosséis em miniatura que fazem os brasileiros lamentarem a relação euro/real. Nessa loja, olhei, olhei, depois olhei de novo e só comprei um pequeno globo com um Papai Noel dentro (daqueles que você sacode para fazer nevar). Tão bonitinho, tão delicado. Pena que se espatifou e quase cortou a mão do meu filho, que caiu com o enfeite na mão.

Produtos natalinos da loja loja Käthe Wohlfahrt em Rüdesheim an Rhein, na Alemanha
Produtos da loja Käthe Wohlfahrt, aberta o ano todo

Quebra-nozes da loja loja Käthe Wohlfahrt em Rüdesheim an Rhein, na Alemanha
Os quebra-nozes

Voltando às coisas boas, mas muito boas mesmo. Em Rüdesheim, senti um gostinho do melhor do Natal, aquele que acontece dentro de casa, com quem a gente ama. Faz parte da tradição alemã preparar biscoitos natalinos. Anke Haub, funcionária do turismo local, pegou alguns dos que ela tinha assado para a família, guardou em uma lata do Mickey em forma de coração e me deu. Coloquei na mala e trouxe para o meu filho, de quem eu já estava morrendo de saudade. (A receita do biscoito está no post seguinte.)

Biscoitos caseiros alemãesBiscoitinhos caseiros de Natal

(A viagem teve o apoio do Centro de Turismo Alemão – DZT.)

O Caderno de Receitas (e biscoitos de araruta) na revista Vida Simples

Dei uma entrevista para a revista Vida Simples sobre a gostosa e às vezes desafiadora tarefa de refazer receitas de família para o projeto d’O Caderno de Receitas. Estou feliz, feliz porque saiu em uma reportagem linda sobre a importância de preservar nossa herança culinária e a dificuldade de encontrar alguns ingredientes quase esquecidos.

Na matéria, conto da saga que foi preparar os biscoitos de araruta que, na infância e adolescência da minha mãe, eram tão comuns. Abaixo, publico novamente a receita. E deixo já a dica para quem estiver em São Paulo: encontrei araruta no Mercado de Pinheiros.

Depois de um acerto aqui e outro ali, os biscoitos de araruta saíram - e ficaram bons!

Biscoitos de araruta

Ingredientes
½ quilo de araruta
250 gramas de manteiga
250 gramas de açúcar
3 ovos (as claras em neve)
250 gramas de farinha de trigo
1 colher de sopa de fermento químico
Gotas de extrato de baunilha (a gosto)
Raspas de casca de limão (opcional)
Pedaços de goiabada ou outro doce

Modo de fazer
Misture os ingredientes secos. Junte a manteiga e amasse tudo com as mãos. Adicione também as gemas, a baunilha e as raspas de limão e amasse mais. Por último, acrescente as claras batidas em neve.

Faça bolinhas e amasse para moldar pequenos discos. Coloque-os em uma assadeira untada. Sobre cada um deles, coloque um pedacinho de goiabada.

Asse em forno baixo.

Bolo de cenoura com calda de cacau sem leite

Bolo de cenoura com calda de cacau (sem leite)

Fiz este doce para o meu menino, que está passando por um mês de dieta sem laticínios para investigar uma possível alergia. Tínhamos combinado de fazer um piquenique, e ele, empolgado, queria saber: vai ter bolo? Recorri então a uma receita de massa que lembrava de ter visto no canal Tastemade e inventei na hora uma cobertura de cacau.

O bolo ficou uma delícia, o que me deu mais segurança sobre essa dieta restritiva. Espero que a medida seja temporária, mas até que o período tem sido tranquilo. Fora um almoço em um restaurante onde a garçonete, questionada sobre quais pratos não tinham leite ou derivados, sugeriu que meu filho almoçasse o acompanhamento de salada de folhas. Nesse dia, com um pouco de insistência, encontramos outras opções. Acabamos pedindo uma moqueca.

Quanto ao almoço no parque, precisou ser cancelado porque caiu o maior temporal. Pena, mas acabamos o domingo um piquenique no chão da sala, com direito a toalha xadrez. Um daqueles momentos gostosos que eu espero não esquecer.

Piquenique no apartamento
Ingredientes do bolo
3 cenouras
3 ovos
¾ de xícara de óleo
2 xícaras de farinha
1 ½ xícara de açúcar
1 colher (sopa) de fermento

Ingredientes da calda
½ xícara de cacau em pó 100%
Açúcar aromatizado com baunilha (a gosto)*
1 colher (sopa) de óleo vegetal
Água
*Açúcar guardado com uma fava de baunilha (cujos grãos tinham sido raspados em outra receita)

Modo de preparo do bolo
Com um mixer, bati bem as cenouras com os ovos e o óleo. Em outra tigela, da batedeira, misturei a farinha, o açúcar e o fermento. Juntei a mistura de farinha com a de cenoura, ovos e óleo e bati bem na batedeira.

Despejei a massa em uma assadeira de bolo previamente untada com óleo. Assei em forno pré-aquecido a 200 ºC até que enfiei um palito no meio e ele saiu seco, sem pedacinhos da massa grudados. Esperei o bolo esfriar um pouco e tirei da forma.

Modo de preparo da calda
Mexendo sempre, aqueci o cacau com um pouco de água, açúcar e óleo em uma panela. Provei e estava amargo demais, então adocei mais (só um pouco, porque queria uma calda amarga para equilibrar a doçura do bolo). Joguei a calda ainda quente sobre o bolo desenformado.

Bolo de fubá com raspas de limão e queijo ralado

bolo de fubá com raspas de limão e queijo ralado

Folheei os cadernos de receita da família em busca de um bolo que pudesse virar um lanche na mesma tarde. Logo me engracei com os bolos de fubá. Coisa simples, gostosa até de falar. Dispensei as versões com leite de coco ou com erva doce porque não tinha esses ingredientes em casa e optei por esta, com raspinhas de limão e queijo ralado.

Decidi colocar menos açúcar do que o recomendado nas anotações da minha avó Viquinha, o que mais tarde se mostrou um engano. Ficou gostoso, mas o parmesão e o sal se destacaram um pouco mais do que seria adequado. Outro erro foi atender os pedidos ansiosos do meu filho de 3 anos e não esperar a massa esfriar o suficiente. Na hora de desenformar, ela ainda estava muito quente e meio mole, e desmoronou em certos pontos.

Uma semana depois, resolvi refazer o teste, porque o gosto estava muito bom. Dessa vez, fiz tudo direitinho e ainda usei um fubá orgânico em vez do fubá convencional da primeira tentativa. Consegui um belo bolo, daqueles que, acompanhados de chá ou café, dão um gosto especial para uma tarde de fim de semana.

receita de bolo de fubá

Teste número 49: bolo de fubá

Fonte – Caderno de receitas da minha avó Viquinha.
Grau de dificuldade – Fácil.
Resultado – Gostoso, ainda que tenha quebrado em alguns pontos e ficado um pouco salgado.

Teste número 50: o mesmo bolo de fubá

Fonte – Caderno de receitas da minha avó Viquinha.
Grau de dificuldade – Fácil.
Resultado – Uma delícia de bolo de fubá. Recomendo puro ou com geleia.

Ingredientes

2 colheres (sopa) de manteiga
1 ½ xícara de açúcar
1 ½ xícara de fubá
1 ½ xícara de farinha de trigo
1 ½ xícara de leite
1 ovo
1 colher (sopa) de fermento químico
1 colher (café) de sal
3 colheres (sopa) de parmesão ralado
Raspas da casca de 1 limão

Modo de preparo

Na batedeira, primeiro misturei a manteiga com o açúcar. Juntei aos poucos os outros ingredientes, peneirando Npreviamente a farinha, o fubá e o fermento, e bati tudo muito bem. Coloquei em uma forma de bolo untada e enfarinhada e levei ao forno a 200ºC até assar (o que levou cerca de 30 minutos).

bolo de fubá na forma

Para cozinhar mais:

Agora na nossa loja online!
Capa do Livro Cozinha de Vó - Mariana Weber - Superinteressante

Leia também:

Chips de batata-doce assados e crocantes

A maior festa junina do mundo (e uma receita de curau)

Lampião e Maria Bonita – doce junino de goiabada caseira, queijo e calda de rapadura

Pãezinhos de milho para comer com manteiga

Pipoca caramelizada da infância do chef Leo Paixão

10 ideias para variar a pipoca