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Torta mousse de iogurte com morangos e merengue

Beleza de sobremesa: torta de iogurte e morangos do Chef Rouge (foto: divulgação)
Beleza de sobremesa: torta de iogurte e morangos do Chef Rouge (foto: divulgação)

Com esta sobremesa do restaurante Chef Rouge eu finalizo a sequência de receitas para o Dia dos Namorados. Mas vamos combinar que ninguém — casado, namorado ou solteiro — deveria precisar de desculpa para aproveitar uma boa refeição em uma sexta-feira à noite, né?

Agora com licença que vou me preparar para a grande noite… Mentira, estou saindo para fazer uma entrevista.

Tarte Rive Gauche

Rendimento: 10 porções

Ingredientes
Para a massa
180 gramas de manteiga
130 gramas de açúcar
2 ovos
350 gramas de farinha de trigo

Para a mousse de iogurte
100 gramas de claras
150 gramas de açúcar
1 copo de iogurte natural
2 colheres (chá) de gelatina sem sabor
400 gramas de chantilly

Para o merengue
150 gramas de clara
300 gramas de açúcar

Para a montagem
1 caixa de morangos
Frutas vermelhas para decoração

Modo de preparo
Da massa
Coloque em um recipiente a manteiga e o açúcar e mexa até a massa ficar homogênea. Acrescente os ovos e mexa por um minuto. Adicione a farinha de trigo e misture. Leve à geladeira e deixe descansar por cerca de 20 minutos. Estique a massa na mesa, modele na forma e leve ao forno por 12 minutos a 180 ºC.

Da mousse de iogurte
Em uma panela, misture 100 gramas de claras e 150 gramas de açúcar, leve ao fogo baixo em banho-maria e mexa até dissolver o açúcar. Depois, bata na batedeira até ficar em neve; acrescente o iogurte e a gelatina e mexa lentamente com uma espátula ou colher, acrescentando o chantilly aos poucos.

Do merengue
Em uma panela, misture 150 gramas de clara e 300 gramas de açúcar, leve ao fogo baixo em banho-maria e mexa até dissolver o açúcar. Depois, bata tudo na batedeira até ficar firme.

Da montagem
Com a massa assada, coloque uma camada de mousse, depois morangos picados e mais uma camada de mousse. Finalize com o merengue e as frutas vermelhas.

Chef Rouge: rua Bela Cintra, 2.238, Jardins., São Paulo. Tel. (11) 3081-7539.

Confira outras receitas para o Dia dos Namorados.

Para cozinhar mais:

Menu completo para o Dia dos Namorados

Além de publicar receitas dos restaurantes para um jantar a dois, resgato aqui algumas ideias publicadas anteriormente no blog.

Drink: coquetel Ásia, de maracujá, saquê e wasabi
O coquetel de maracujá, saquê e wasabi (receita abaixo) caiu bem com sushi e sashimi (foto: divulgação)
Veja aqui a receita do drink.

Entrada: ceviche de pinha
Em vez de peixe, pinha: entrada espetaculosa do restaurante Ema

Veja aqui a receita do ceviche.

Prato principal: arroz malandrinho de lagosta e camarão
Arroz malandrinho de camarão e lagosta

Veja aqui a receita do arroz.

Sobremesa: mousse de chocolate amargo
Mousse de chocolate: uma receita clássica francesa

Veja aqui a receita da mousse.

Café da manhã do dia seguinte: panqueca de iogurte e maçã verde
A panqueca que fiz na aula da chef Morena Leite ficou gordinha e gostosa

Veja aqui a receita da panqueca.

Para adoçar o Dia dos Namorados: napoleão de chocolate, doce de leite e morango

Napoleão de chocolate (foto: divulgação)

O Dia dos Namorados está quase aí. Se você como eu prefere aproveitar a data no conforto do lar, pode fazer uma das receitas que selecionei de cardápios especiais preparados por restaurantes para a ocasião. A primeira, da Brasserie des Arts, é uma doçura só.

Napoleão de chocolate

Ingredientes
Massa folhada
50 gramas de doce de leite
100 gramas de de ganache de chocolate
2 morangos cortados ao meio

Para a ganache de chocolate:
150 gramas de chocolate ao leite ou meio amargo picado
½ lata de creme de leite

Modo de preparo
Para fazer a ganache, junte os ingredientes e derreta, mexendo até formar um creme.

Abra a massa folhada em pedaço 7 cm x 7cm e asse até dourar.

Com a massa já fria, abra os pedaços no meio e recheie com a ganache de chocolate, o doce de leite e o morango.

Pode ser servido com sorvete de doce de leite.

Receita do chef Sérgio Andrade, da Brasserie des Arts (rua Padre João Manoel, 1.231, São Paulo, tel. 11 3061-3326).


Para cozinhar mais:

Pudim de pinhão com calda de laranjinha kinkan

Receita de sobremesa amiga do inverno: pudim de pinhão

Pinhão é uma das comidas que mais me faz lembrar da minha mãe (eu ia dizer “a que mais mais me faz lembrar”, mas aí pensei também na mandioca com mel, na torta de sardinha, na cuca de banana…). Paranaense que na infância passava as férias na fazenda dos tios em Lages (SC), terra da Festa Nacional do Pinhão, ela transmitiu aos filhos paulistanos o gosto pelas sementes da araucária. Mais tarde, foi morar em Vitória (ES) e estranhou a falta delas no inverno. Quando finalmente encontrou algumas à venda, eram secas e tristes.

Eu, morando em São Paulo, ainda sinto uma felicidade de criança quando me deparo com os primeiros pinhões do ano na feira ou no supermercado. Costumo comê-los do jeito mais simples, conforme aprendi com minha mãe: cozidos, arrancados da casca com os dentes (mordendo a “bundinha” para expulsar a parte carnuda) e então mergulhados, um a um, em salmoura (ou sem tempero mesmo, ou com um pouco de sal adicionado à água do cozimento).

Nesta temporada, estou experimentando algumas novidades. Primeiro foi meu marido que resolveu fazer um molho pesto usando pinhão no lugar dos caríssimos pinoli (sementes de um pinheiro da região do Mediterrâneo) pedidos na receita original italiana (que leva também manjericão, alho, azeite e queijos parmesão e pecorino). Funcionou. Depois fui convidada a provar o menu do Festival do Pinhão em cartaz a partir de 12 de junho no bar Armazén Paulista. No cardápio especial, o pinhão aparece da entrada à sobremesa: no recheio de uma empada de bacalhau, em um risoto com paio e ricota defumada, em um pudim… É a receita dessa sobremesa que eu compartilho a seguir.

Pudim de pinhão com calda de kinkan

Ingredientes
Para o pudim:
1 kg de pinhão cozido e moído
8 ovos
250 g de açúcar
2 colheres de sobremesa de essência de baunilha
2 latas de leite condensado

Para a calda:
200 g de açúcar
50 ml de água mineral
4 laranjinhas kinkan
4 unidades de anis estrelado

Modo de preparo
Coloque o pinhão cozido e moído e os demais ingredientes do pudim no liquidificador e bata bem.

Coloque a água e o açúcar em uma panela e leve ao fogo baixo até formar uma calda. Junte a ela o anis e as laranjinhas (cortadas em quatro e sem as sementes).

Com cuidado com a alta temperatura, ponha metade da calda em uma forma de pudim e unte todo o interior do utensílio. Em seguida, coloque na forma a mistura do pudim.

Leve ao forno a 180 ºC por cerca de 40 minutos. Quando estiver pronto, deixe esfriar bem e desenforme.

Coloque em um prato e despeje o resto da calda por cima.

O pinhão com aceto balsâmico servido no Armazén Paulista: um jeito simples de variar o tempero
O pinhão com aceto balsâmico servido no Armazén Paulista: um jeito simples de variar o tempero

Outra receita do festival: empada de bacalhau e pinhão
Outra receita do festival: empada com recheio cremoso de bacalhau e pinhão

O mito da avó saudável

Nostalgia e açúcar: chá da tarde com bolo

Depois que me engajei na missão de cozinhar todos os pratos dos cadernos de receitas da minha mãe e da minha avó, passei a comer muito mais açúcar. Bolos, biscoitos e tortas nunca foram frequentes aqui em casa. Agora são. Se abro a despensa, dou de cara com leite condensado esperando para virar guloseima (eu não comprava tanto leite condensado desde a adolescência, quando, em tardes de fúria, era capaz de comer uma lata inteira, gelada, de colher).

Resolvi refazer a comida da minha família porque queria esmiuçar memórias. Mas logo fiquei abismada com a quantidade de açúcar, farinha branca e gordura das preparações e passei a questionar (mais) a ideia de que antigamente é que se comia direito. Envolta nessas experiências, entrevistei o escritor americano Michael Pollan, uma espécie de cruzado contra os alimentos industrializados e autor da máxima: “Não coma nada que sua avó não reconheceria como comida”. Quando perguntei se não exagerávamos no saudosismo em relação à cozinha de nossos antepassados, Pollan respondeu que às vezes sim, mas argumentou que hoje compramos doces prontos a qualquer hora, enquanto nossas avós os preparavam em ocasiões especiais.

Talvez a avó dele fosse assim. Na casa da minha avó materna, toda tarde tinha chá com bolo, rosca, biscoito, geleia. Sem faniquitos por causa de um ingrediente pouco saudável aqui ou ali, da cozinha dela saíam também assados com caldo de carne em tabletes, provavelmente transbordando de sódio. Margarina era uma opção, assim como leite condensado, apontado pelo crítico Dias Lopes, do Estadão, como “um produto que está descaracterizando a doçaria tradicional brasileira”. Ah, mas como era linda a gelatina fantasia, repleta de cubos coloridos!

As receitas da minha avó (e de muitas outras) talvez não passassem pelo crivo de um expert em gastronomia ou de um nutricionista. Para cozinhá-las hoje, pego leve no açúcar e substituo ingredientes. Mas eram gostosas, carregadas de história, e reuniam a família à mesa para criar novas histórias. Se a vida é mesmo curta, melhor caprichar no recheio. Minha avó caprichava.

* Publiquei este texto originalmente na revista L’Officiel. Lembrei dele enquanto me ocupava de mais um teste de pudim (receita em breve aqui no blog). Você sabe, a gente tem que provar todos os experimentos, né?