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Bombom de castanha inspirado no camafeu da vovó

Receita que passa de avó para neta: bombom de castanha-do-brasil (foto: Thays Bittar)
Receita que passa de avó para neta: bombom de castanha-do-brasil (foto: Thays Bittar)

Esta é uma receita de avó, mas não da minha avó, e sim da avó da chef Stephanie Mantovani, da doceria Addolcire. Na cozinha de dona Anita, descendente de espanhóis, a mistura de castanha, leite condensado e ovos recheava docinhos delicados chamados de camafeus (que minha avó Viquinha também fazia, mas com nozes). Na confeitaria da neta Stephanie, o mesmo creme ganhou cobertura de chocolate amargo 54,5% de cacau (em vez de fondant de açúcar) e o nome de bombom de castanha-do-Brasil.

Ingredientes
1 lata de leite condensado (395 gramas)
2 gemas de ovo
200 gramas de castanha-do-pará (mais um pouco para decorar)
500 gramas de chocolate para cobertura (de preferência amargo)

Modo de preparo
Numa panela fora do fogo, coloque o leite condensado, as gemas peneiradas (para atenuar o cheiro de ovo) e as castanhas já trituradas em um processador (reserve uma pequena parte de castanhas para a decoração).

Leve ao fogo médio e mexa constantemente até o recheio descolar do fundo. Para saber o ponto certo, passe um pão duro (tipo de espátula) no fundo da panela: se a risca feita se mantiver por alguns segundos, está pronto.

Com o recheio ainda quente, ponha-o em uma tigela reta, formando uma camada de 1 cm a 1,5 cm de espessura, sem ondulações.

Deixe esfriar em temperatura ambiente. Depois, com o auxílio de uma faca umedecida, corte o recheio em quadrados de 2,5 cm x 2,5 cm.

Para a cobertura, espete os pedaços de recheio em um garfo, mergulhe delicadamente em chocolate amargo (derretido em banho-maria) e coloque sobre papel manteiga. Logo em seguida, decore um dos cantos do bombom com a castanha reservada para a decoração e deixe-os assim até que cristalizem por completo. Depois, tire um por vez com cuidado para não deixar marcas dos dedos.

Mantenha-os fora da geladeira em local seco e sem calor.

Rendimento: cerca de 60 bombons.

Stephanie na Addolcire e com a avó, de quem herdou receitas e o gosto pelo doce (fotos: divulgação)
Stephanie na Addolcire e com a avó, de quem herdou receitas e o gosto pelo doce (fotos: divulgação)

A Addolcire fica na alameda Jauaperi, 1201, Moema, São Paulo – SP. Tel.: (11) 4305-4001.

Brigadeiro ostentação de chocolate amargo suíço

Fim de semana é quando a gente decide que a dieta começa na segunda-feira, certo? Então vale fazer uma receita especial que eu servi no aniversário do meu filho e que apelidei de brigadeiro ostentação, por levar chocolate suíço (os outros docinhos eram abacaxizinho com coco e cajuzinho de amendoim).

A festa era pequena, então uma panela deu conta do recado e ainda sobrou um tanto para comer de colher no aconchego do sofá. Usamos 150 gramas de chocolate amargo Lindt, cuja barra de 300 gramas custa 42,69 no Pão de Açúcar online. Se quiser experimentar a receita com outro chocolate amargo mais barato, sinta-se à vontade (depois conte aqui como ficou).

De qualquer forma, fazer em casa é mais em conta do que comprar o doce pronto em lojas como a Madame Brigadeiro, serve uma unidade a R$ 3,70. Foi depois de provar lá uma ótima bolinha com chocolate Lindt que eu e meu marido resolvemos nos arriscar em uma versão caseira do tal brigadeiro gourmet. Ficou uma delícia, derretendo na boca e doce sem exagero. Para enrolar, no entanto, ele precisou ser refrigerado – em temperatura ambiente, estava mole demais.

Ingredientes

1 lata de leite condensado

1 lata de creme de leite fresco (medido na lata do leite condensado)

1 colher de sopa de manteiga

150 gramas de chocolate amargo em barra

Cacau em pó para enrolar (aqui em casa, temos implicância com granulado. E, já que era para caprichar, usamos cacau orgânico comprado em uma barraca da feira do Parque da Água Branca)

Modo de preparo

Coloque o leite condensado, o creme de leite, a manteiga e o chocolate em uma panela em fogo médio-baixo e mexa continuamente. Fica pronto quando, ao passar a colher no fundo da panela, você enxergar o fundo e o doce demorar um pouco para voltar a cobri-lo.

Se quiser enrolar, refrigere o brigadeiro. Em seguida, com as mãos untadas com manteiga, faça bolinhas do doce e passe-as em cacau em pó disposto em um pires.

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Metade desastre, metade delícia: cajuzinho de amendoim

O segundo docinho do aniversário do meu filho quase não entra no blog porque quase não entra na festinha. Mas, como salvei metade da panela (o resto virou um cimento grudado no fundo) e o gosto estava bom, tomei coragem para dar a receita aqui. Pretendo aprimorá-la em um próxima execução, então, se você tiver alguma dica, por favor deixe nos comentários.

O quase fracasso começou a se delinear ainda antes de eu colocar a mão na massa, na escolha do docinho de amendoim que eu iria preparar. O caderno de receitas da minha mãe tinha uma versão bem simples, com leite condensado, mas eu achei que essa era para fracos. Optei por outra, que levava açúcar, manteiga, chocolate em pó e ovos, e tinha a mais sucinta das preparações: misture e faça os cajuzinhos.

Leva ovo cru e não vai ao fogo? Liguei para a minha mãe. Ela já não se lembrava da receita. “Há tanto tempo não faço uma festa infantil…”, disse. “Mas você não vai servir ovo cru para as crianças, né?” Então tá. Coloquei a mistura em uma panela no fogão, fui mexendo e em alguns minutos percebi que a massa estava compacta demais, até difícil de virar com a colher. Pensei em acrescentar leite para dissolver, mas resolvi insistir nos ingredientes originais. Em compensação, pus metade do açúcar recomendado.

Errei. Da próxima vez vou colocar algum líquido na receita. E talvez mais açúcar para dar liga. Porque, depois de ficar na geladeira, a parte do fundo da panela tinha virado uma pedra. Em cima da hora da festa, enrolamos docinhos com a parte superior, que estava com um ótimo sabor de amendoim e chocolate.

A seguir, dou a receita original e falo das adaptações. Se você gosta de aprender com os erros dos outros, vá em frente.

Ingredientes
½ quilo de amendoim torrado e moído (ou batido no processador, como eu fiz)
½ quilo de açúcar (eu usei menos, mas isso pode ter afetado a textura do doce)
½ colher de sopa de manteiga
1 pires de chocolate em pó (calculei que um pires era mais um ou menos uma xícara e segui essa medida. Também substituí o chocolate por um cacau em pó orgânico que eu tinha na despensa)
3 ovos

Modo de preparo
O original só dizia para misturar. Seguindo meu instinto e instruções da minha mãe, levei ao fogo médio e fui mexendo por uns 20 minutos. Depois, mantive refrigerado até a hora de fazer bolinhas e colocar em formas de papel.

 

Abacaxizinho: doce de festa nas versões fácil ou quebra-coco

Um exército de abacaxizinhos: doces para quem gosta de doce

Quando deu 9 horas da noite de sábado, eu me joguei no sofá exausta como se tivesse dançado a noite toda. Ou como se tivesse enrolado dezenas de docinhos, decorado um salão, cuidado de uma criança de 2 anos (que se divertiu demais, mas caiu e machucou a boca em um momento de distração), recebido convidados. Em outras palavras, eu organizei uma festa infantil pela primeira vez e sobrevivi. Até gostei. Mas não tinha o menor pique para publicar nenhuma receita neste blog no fim de semana.

Agora, passados o cansaço e a agitação, vou começar a contar o que eu preparei para a festinha. Foi tudo muito simples (imagina se tivesse sido complicado!), meio à moda antiga. Eu e meu marido fizemos o que demos conta: três tipos de docinhos e duas receitas salgadas (a de berinjela ao forno eu já publiquei aqui). O bolo, de brigadeiro, foi comprado, assim como um punhado de pães de queijo – havia duas receitas de pão de queijo para testar, mas não tive tempo.

O primeiro docinho a entrar na linha de produção foi o abacaxizinho. Parecia fácil, e de fato é, se você não seguir meu exemplo de tentar abrir e ralar um coco sem habilidade e ferramentas adequadas.

A receita do caderno da minha mãe pedia um coco ralado, então eu comprei um coco. Vi na internet exemplos de como abrir um coco com martelo, então eu comprei um martelo e dei com ele no coco. Até aí funcionou. A dificuldade veio depois, para remover a carne da casca. Raspei com colher, cortei com faca, enfiei chave de fenda (a caixa de ferramentas já estava aberta, né?). Aos poucos, consegui tirar a polpa em pedaços, não sem machucar as mãos, e a bati no liquidificador – ralador a essa altura do campeonato, nem pensar. Mais tarde, na hora de enrolar os docinhos, decidi trocar o açúcar cristal por coco ralado, e comprei a versão em saquinho sem hesitar.

Ingredientes
2 abacaxis descascados
1 coco ralado (se você não tiver ralador de coco nem for masoquista, pode comprar o coco em saquinho ou ralado na feira)
900 gramas de açúcar (parece muito, e é. Tentei fazer com 300 gramas e não deu liga, então encarei as calorias e joguei os 600 restantes. Ficou bom, mas doce doce)

Modo de fazer
Bati o abacaxi em pedaços no mixer (a receita original mandava passar no moedor de carne, mas eu não tenho um moedor de carne). Juntei o açúcar e o coco ralado. Coloquei tudo em uma panela em fogo médio e, como minha mãe tinha me avisado, a casa se encheu de um cheiro de abacaxi e coco sensacional. Fui mexendo até o doce começar a despregar do fundo da panela.

Quando a massa esfriou, fiz bolinhas e passei por coco ralado (em vez de açúcar cristal como recomendava o passo a passo).


Para cozinhar mais:

Se os docinhos derem errado, pelo menos tenho um martelo

 Alguém conhece um método melhor para quebrar coco?

Voltei para casa, depois de férias já saudosas em Jericoacoara, no Ceará. Bem a tempo de preparar a festa de aniversário do Pedro. Quer dizer, espero que a tempo. No momento, minha cozinha está tomada por abacaxis, cocos, maçãs, limões, berinjelas, cebolas, sacos de açúcar, chocolate, farinha e amendoim. Tudo para preparar os doces e salgados que serão servidos na comemoração de dois anos do filhote (ou quase tudo, porque certamente esqueci de alguma coisa e terei que fazer a 47ª visita ao mercado do dia).

De alguma forma, a situação lembra os dias que antecediam as festinhas da minha infância. Mas não tenho ao meu redor o exército de parentes que, naquela época, ajudavam a enrolar docinhos e torcer para o bolo não solar. Por isso, antes de colocar a primeira berinjela da caponata no forno, resolvi respirar e escrever esse post.

Agora com licença que vou pegar o martelo (comprado meia hora atrás) para quebrar um coco seco pela primeira vez na vida.