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Petisco de grão-de-bico crocante feito no forno

Exagerei na quantidade de grão-de-bico comprado para fazer um cozido (de que vou falar em breve em outro post). Aproveitei para testar uma receita de petisco de grão-de-bico crocante assado no forno. É que ando meio obcecada com a ideia de salgadinhos caseiros, de amendoins tostados a chips de batata-doce, como opção gostosa, saudável e econômica para servir em reuniões com amigos e parentes ou para comer de lanche entre refeições.

Quanto ao grãos-de-bicos, ficaram uma delícia, principalmente no dia em que foram feitos — no seguinte, alguns já não estavam tão crocantes, embora continuassem saborosos. A dica, então, é preparar apenas o que você pretende consumir logo.

Dividi os grãos em duas assadeiras. Uma, temperei com cominho em pó. Outra, com tandoori (uma mistura de condimentos indiana, comprada pronta) — e esta foi minha favorita. Da próxima vez, quero testar com páprica, recomendada por amigos.

Ingredientes
Grão-de-bico
Azeite de oliva
Sal
Condimentos (tandoori, cominho, páprica ou o que você quiser)

Modo de preparo
Deixe o grão-de-bico de molho durante a noite. Descarte a água do molho e cozinhe os grãos em água fervente por cerca de 10 minutos. Usando um escorredor de macarrão, descarte a água do cozimento. Despeje os grãos cozidos sobre uma camada de papel-toalha, cubra com mais papel-toalha, depois apalpe bem até que estejam secos. Distribua os grãos em uma ou mais assadeiras, com cuidado para que não fiquem uns em cima dos outros. Regue bem com azeite e leve ao forno a 200ºC por cerca de 30 minutos ou até que os grãos estejam dourados e crocantes. Retire do forno, salpique com sal e o condimento de sua preferência e misture com uma colher para distribuir o tempero.

10 coisas que aprendi sobre pão de queijo com Rogerio Shimura

pães de queijo de Rogerio Shimura
O dia começa melhor com pão de queijo. Bom pão de queijo, claro. Crocante por fora, macio por dentro, com aroma e gosto de queijo de verdade
. Porque morder massa murcha e insossa logo pela manhã provoca um desencanto igualado (ou superado) apenas por goles do café sabor milho queimado que sai aos jatos da máquina da firma. Que crueldade destruir os prazeres simples da vida, ainda mais antes da hora do almoço.

Diante desses fatos inescapáveis da vida, aceitei prontamente quando fui convidada para assistir a uma apresentação de receita de pão de queijo do padeiro Rogerio Shimura em um evento das batedeiras Kenwood. De família dona de padarias em Atibaia (SP), ele estudou panificação na França, fez pães para Alex Atala e hoje mantém a escola Levain e lojas Shimura Pães e Doces em shoppings.

Fui, comi e aprendi algumas lições:

1. A principal vantagem do pão de queijo caseiro é que ele tem queijo. Segundo Shimura, muito do que se vende como pão de queijo em lanchonetes não leva queijo, só aroma de queijo. E a maior parte do pão de queijo industrial tem só um tico, 2%, de queijo nos ingredientes..

2. Se não quer perder tempo de manhã, você pode fazer seu próprio pão de queijo congelado. Basta preparar a receita de Shimura publicada logo abaixo, moldar as bolinhas e deixar no congelador até o momento de levar ao forno.

3. Polvilho doce dá maciez; polvilho azedo faz a massa “explodir” (expandir, criando bolhas). Shimura mistura os dois tipos para conseguir um miolo tenro e aerado. Chipa, a versão paraguaia do pão de queijo, tem o interior macio porque só usa polvilho doce.

4. Polvilho azedo precisa ser escaldado, ou seja, colocado em líquido quente, para gelatinizar o amido e permitir a tal explosão da massa. Polvilho doce não exige esse processo.

5. A hora certa de escaldar é quando, aquecidos o leite com o óleo, o leite espuma e cobre o óleo.

6. O ovo só entra na mistura fria, assim como o queijo.

7. Um pouco de parmesão acrescenta sabor a pães feitos com o queijo meia-cura cozido e sem muito gosto que muitas vezes é vendido em supermercados. Agora, se você for usar um bom Canastra ou outro queijo de leite cru intenso, fique só com ele, sem misturar parmesão.

8. Pão de queijo pode ser frito. Light não é, mas meu marido fez o teste no blog Cozinha Bruta e ficou incrível.

10. E, enfim, a receita — com todos os ingredientes em gramas. Shimura enfatiza a importância da precisão das medidas, mas, se você não tem balança, siga algumas aproximações que indico entre parênteses tiradas do Cozinha Bruta e da Tabela de Conversões do GNT  , e vá em frente (cruzando os dedos).

Pão de queijo de Rogerio Shimura

Ingredientes
375 gramas de polvilho azedo
125 gramas de polvilho doce
10 gramas de sal (2 colheres de chá)
75 gramas de óleo (ou 100 mililitros)
300 gramas de leite (300 mililitros)
75 gramas de ovos (cerca de um ovo e meio)
250 gramas de queijo meia-cura (2 xícaras)
25 gramas de queijo parmesão (3 colheres de sopa)

Modo de preparo
Coloque os polvilhos e o sal em um recipiente.

Em uma panela, aqueça o óleo e o leite. Espere ferver (o leite espumar sobre o óleo), depois despeje esse líquido quente lentamente sobre os polvilhos. Misture até esfriar (parar de soltar fumacinha), então adicione o ovo e misture até incorporá-lo. Por último acrescente os queijos ralados.

Faça bolinhas de 50 gramas e coloque numa assadeira untada.

Leve ao forno pré-aquecido a 180 ºC por cerca de 20 minutos ou até o pão de queijo dourar.

O padeiro Rogerio Shimura

Veja também: Pão de queijo da chef Helô Bacellar


Para cozinhar mais:

Bolo de pinhão da fazenda Capoava

Bolo de pinhão da fazenda Capoava
(Foto: divulgação)

Fã de pinhão que sou, gostei desta receita da fazenda Capoava, de Itu (SP). O bolo costuma ser servido nas festas juninas da propriedade do século 18 que hoje funciona como hotel.

Mediante reserva, a Capoava rende um bom programa bate e volta a partir de São Paulo, com almoço recheado de quitutes do receituário de dona Lucy, 94 anos, mãe do proprietário. Algumas dessas receitas estão disponíveis no site da fazenda.

Ingredientes
Para a massa:
2 xícaras de pinhão cozido e triturado
2 xícaras de açúcar
2 xícaras de farinha de trigo
½ colher (sopa) de fermento em pó
100 gramas de nozes picadas grosseiramente
100 gramas de uvas passas
½ xícara de óleo
1 xícara de leite
2 ovos
Para a farofinha:
½ xícara de margarina ou manteiga
1 xícara de açúcar
1 xícara de farinha de trigo
1 colher (café) de canela em pó

Modo de preparo
Em uma vasilha, misture todos os ingredientes secos da massa, depois acrescente os ingredientes líquidos. Misture tudo muito bem e coloque em forma untada.

Com as mãos, misture bem os ingredientes da farofa. Espalhe-a por cima da massa do bolo e leve ao forno médio por mais ou menos 40 minutos.

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Chips de batata-doce assados

chips de batata-doce assada

Minha incumbência para a festa junina na casa de uma amiga era levar um prato salgado. Poxa, salgado? Com tantos doces juninos pedindo para sair dos cadernos de receitas da minha família? De salgado, lembrei da carne louca que recheava sanduíches suculentos. Depois, vi batatas-doces na prateleira e resolvi arriscar um novo petisco. Em vez de doce de batata roxa, fiz um salgadinho com o tubérculo.

Na verdade, eu já tinha feito os chips antes, mas agora acertei mais a mão. O segredo está em cortar fatias bem finas (usei um descascador de legumes para isso), colocar o mínimo de óleo possível na assadeira e só salgar depois de assadas. Assim elas ficam crocantes e sequinhas, perfeitas para petiscar no arraial.

Pena que eu esqueci o prato de chips em casa na hora de sair para a festa da minha amiga, que mora longe, longe, e precisei comprar qualquer coisa em uma padaria no caminho… Tudo bem, aproveitei para comer a batata-doce como lanche — ela também funciona como acompanhamento em refeições.

Ingredientes
Batata-doce roxa
Temperos (cominho e orégano secos, páprica doce, sal; não usei pimenta pensando nas crianças da festa)

Modo de preparo
Lave a batata-doce e seque com papel-toalha. Corte em fatias bem finas com um descascador de legumes ou um mandolim (fatiador).

Unte assadeiras levemente (usei um spray para isso) e distribua as fatias lado a lado, sem sobreposição. Salpique as ervas sobre elas.

Leve ao forno bem baixo (o meu ficou em 140 ºC). Depois de alguns minutos, mexa as fatias, depois deixe que terminem de assar. Quando prontas, eles estarão meio retorcidas, com as bordas levantadas e já crocantes (a parte central às vezes endurece só depois de esfriar).

Tire do forno e jogue a batata-doce sobre uma grade de metal para esfriar, depois transfira para uma tigela forrada com papel-toalha. Jogue o sal e misture.

Consuma na hora ou nos próximos dias, pois os chips vão amolecendo.

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Festa junina

Não existia nada mais animado que a festa junina da vila.

Será que a fogueira era tão grande quanto a torre de labaredas que habita a minha memória? E os dias e noites de festa, tão sem fim?

A vila em questão era o conjunto de residências (12?) com uma pracinha em que morei quando criança. Lembro com saudade dos paralelepípedos, dos tatus-bolas do jardim, do entra e sai da casa de amigos, do Pimpão, meu cachorro que sempre escapava para visitar o açougueiro do bairro e voltava todo pimpão com um osso entre os dentes.

Ali vivi uma infância de interior no meio de São Paulo. Algo mais evidente na festa junina, quando os moradores se juntavam para organizar o que, para mim, era a maior festa do mundo (e, de algum modo, talvez ainda seja). Corta bandeirinha, empilha lenha, decora a cadeia, prepara os quitutes, come come come corre corre corre dança dança dança…

Outro dia, publiquei no Facebook um vídeo de pé de moleque e duas amigas comentaram: que saudade da festa junina da vila! Por um instante, pensei: vamos nos reunir, vamos refazer a festa, agora com nossos filhos! Impossível. Podemos nos reencontrar, claro. Vai ser bom, acho. Mas lembrança não se refaz.

A vila, mesmo se ainda estiver lá, já não está. Talvez tenha sobrevivido ao furor imobiliário que não aguenta ver uma nesga de horizonte na cidade, mas, para mim, agora é uma vila, e não a vila, a minha vila, a nossa vila. Provavelmente é a vila de outras crianças. Ou melhor: espero que seja a vila de outras crianças.

Minha criança, meu filho, vai ter suas próprias vilas. Algumas, vai conhecer ao meu lado. Outras, vai desbravar por conta própria, e talvez encontre nelas um pouco da vila que mora em mim.

Em tempo: em breve vou publicar a receita do pé-de-moleque, porque ainda estou fazendo testes. Por enquanto, publico novamente uma receita de curau superfácil que está entre as mais buscadas do blog.

Curau de fubá: sobremesa junina de última hora

Curau com fubá e leite de coco caseiro

Ingredientes
100 gramas de coco ralado desidratado (cuidado para não comprar a versão adoçada!) ou ½ xícara de leite de coco industrializado
1 xícara de leite
½ xícara de fubá
¼ de xícara de açúcar
1 colher (sopa) de manteiga
Canela para polvilhar

Modo de preparo
Bata no liquidificador o coco ralado com água quente suficiente para cobri-lo. Esprema a mistura em uma peneira fina para obter o leite. (Se for usar o leite de coco pronto, pode pular os passos deste parágrafo.)

Coloque em uma panela o leite de coco, o leite de vaca, o fubá e o açúcar. Mexendo sempre para não empelotar, esquente a mistura até ferver. Acrescente a manteiga, misture e desligue o fogo.

Despeje o curau em duas tigelas pequenas e alise a superfície com uma espátula. Salpique canela e leve à geladeira.

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